Suspeito de crime em Caiobá é transferido para Curitiba

Dois álibis apresentados pelo suspeito de ser o maníaco do Morro do Boi, em Caiobá, não se confirmaram. J.F.P., 32 anos, teria dado o nome de duas pessoas, que comprovariam que ele não estava no local onde o estudante Osíris del Corso foi morto e a namorada dele, baleada e estuprada, em 31 de janeiro. Essas testemunhas não teriam confirmado a versão do detido.

A polícia aguarda os resultados dos exames feitos pelo Instituto de Criminalística, que vai comparar o sangue do suspeito com o encontrado em uma camiseta amarela, com a logomarca de uma empresa de Pontal do Paraná, achada na trilha do morro. A jovem atacada reconheceu a peça de roupa como do criminoso.

Também o suspeito deverá experimentar a camiseta. Uma fonte policial diz que se roupa não servir, não é prova excludente, pois há outros indícios contra ele.Os familiares do detido e alguns de seus amigos, com quem trabalhava repondo gelo em carrinhos de cerveja, não acreditam que ele seja o autor da barbárie. “A camiseta apreendida é tamanho G e ele usa tamanho XG (extra grande)”, garante um parente.

Transferência

J.F.P foi detido na manhã de terça-feira, no Balneário de Santa Terezinha, e transferido ontem da delegacia de Matinhos para Curitiba. Ele passou a manhã de ontem no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, porque dizia estar se sentindo mal.

De acordo com seus familiares, ele tem hepatite C, sofre de diabetes e estaria contaminado com o vírus HIV, o que lhe obriga a tomar constantemente medicação.

Todo o trabalho de investigação com relação ao suspeito é mantido em sigilo pelo polícia. A garota reconheceu sem sombra de dúvida, por fotografia, por vídeo e pela voz gravada. Porém, a polícia ainda não admite que ele seja o autor do crime, assegurando que outras investigações estão acontecendo.

Revista

A força-tarefa formada por quatro delegados e vários investigadores da Policia Civil ainda não tem a menor idéia de onde está o revólver calibre 38 usado para o crime.

O quarto ocupado pelo suspeito foi revirado, e nenhuma arma foi encontrada. E todos que conhecem afirmam categoricamente que ele jamais foi visto portando uma arma.

Caminhada comprometida

Da porta de entrada do depósito de bebidas em que o suspeito trabalhava desde o início de dezembro, no Balneário Santa Terezinha, até a entrada da trilha que dá acesso ao Morro do Boi, são exatos 21,5 quilômetros, pela rodovia. O mesmo percurso pode ser feito pela praia, a pé, e fica um pouco mais curto. A polícia acredita que J.F.P. caminhou até lá, naquela tarde de sábado.

Já o morro, cuja entrada de acesso é camuflada, tem 111 metros de altura, até o topo. Depois, para se chegar à gruta onde os estudantes foram atacados, são mais 30 metros de descida.

Os familiares de J. asseguram que ele não tem condições físicas para uma caminhada desta envergadura, pois é um homem doente, que anda devagar, quase se arrastando.

Ataque

A jovem sobrevivente relata que ela e o namorado foram atacados no meio da subida do morro e na gruta o maníaco tentou violentá-la. O namorado quis defendê-la e foi morto com um tiro no peito. Depois atirou contra ela, pelas costas e fugiu. Atingida na coluna vertebral, ela ficou caída e consciente. Cinco horas depois, ele voltou ao local e a violentou.

Mesmo com o sigilo que tem se procurado manter sobre o caso, muitos boatos surgem inexplicavelmente. “São notícias plantadas, para tumultuar as investigações”, garante um delegado.

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