A caçada ao acusado de matar a garota Olinda de Fátima Faria de Paula, 8 anos, terminou ontem de manhã. Em uma ação integrada das polícias Civil e Militar, Júlio César Hoinaiser, 19 anos, foi preso em companhia do homem que lhe dava abrigo em uma residência da Cohab, em Campina Grande do Sul. Ele nega ter matado a criança, mas vários indícios o apontam como sendo o assassino.
Desde que deixou Tunas do Paraná, Júlio era o principal suspeito do crime. Antes, chegou a ser interrogado por policiais militares que investigavam o desaparecimento da menina, mas forneceu nome falso e foi liberado. O corpo de Olinda, sumida desde 1.º de julho, foi encontrado no dia 25 do mesmo mês no porão da casa do acusado, no quilômetro 55 da BR-476, em meio a duas pilhas de tijolos. Preliminarmente o Instituto Médico-Legal apontou asfixia como causa da morte. Como o corpo já estava em adiantado estado de decomposição, não foi possível determinar se houve violência sexual, conforme suspeita a polícia.
A menina era vizinha de Júlio, que estava escondido naquele município desde que fugira da delegacia de Piraquara, há pouco mais de um ano. Ele foi condenado a 36 anos de prisão por três estupros e dois assaltos a mão armada, crimes cometidos em Campina Grande do Sul – durante o inquérito, ele foi transferido a Piraquara. “O passado dele é outro indício de sua culpa”, falou o capitão Marcos Rogério Menegolo, comandante da 4.ª Companhia do 17.º Batalhão da PM.
Crimes
O acusado foi detido na residência do artesão Josias dos Santos, 38 anos, que disse desconhecer os crimes dos quais Júlio é acusado. “Ele é meu conhecido e o deixei ficar dois dias em casa. Depois me forçou a ficar mais tempo”, falou Josias, acrescentando que era ameaçado por uma arma. Duas denúncias anônimas feitas à PM de Campina Grande do Sul e à Polícia Civil de Colombo revelaram o paradeiro do fugitivo.
Segundo a polícia, Júlio é um dos suspeitos de seqüestrar um casal de noivos em Quatro Barras, entre a noite de quinta-feira e a madrugada de sexta. Na ocasião, a garota de 17 anos foi estuprada e o rapaz, de 24, foi encontrado com dois tiros, no porta-malas de um Verona, após perseguição da Polícia Militar. “Tudo indica que foi ele, mas ainda falta o reconhecimento das vítimas”, disse o capitão. Júlio também é suspeito do incêndio criminoso na residência do prefeito de Tunas do Paraná, há cerca de dois meses. Apesar de todas as evidências, Júlio nega o assassinato de Olinda .
