O julgamento de Ananias de Oliveira Camargo, 30 anos, entrou pela madrugada de hoje. Ele é acusado de assassinar o cabeleireiro Alceu Cruz. O réu é considerado um dos integrantes mais perigosos de uma quadrilha que executava mulheres e homens em Almirante Tamandaré, e é o primeiro do grupo a enfrentar um júri. Ananias negou todas as acusações, quando foi interrogado pelo juiz Fernando Ferreira Moraes.
Foram exibidas imagens de festas realizadas por acusados de integrar a quadrilha de extermínio, realizadas na Companhia da Polícia Militar de Almirante Tamandaré, onde policiais militares apareciam ao lado de prostitutas, durante a festa de aniversário da filha de Alceu Rodrigues, o ?BA?, que foi assassinado no dia 9 de maio de 2002, e Ananias também é apontado como sendo o assassino.
O réu é acusado de ser um dos autores do assassinato do dono de uma boate, Carlins Proença, que foi seqüestrado, obrigado a ingerir gasolina e depois foi carbonizado. A maior parte das peças se referia à quadrilha que executava mulheres e homens.
Outro crime que pesa contra Ananias é o da doméstica Suzana Moura Gazane, 22 anos. A ossada da mulher foi encontrada na Chácara dos Gavas, onde Ananias residia, em Almirante Tamandaré.
Quadrilha livre
Em 2002, foram presas 17 pessoas, entre elas vários policiais militares e um escrivão da Polícia Civil. Todos foram colocados em liberdade em novembro do ano passado, após permanecerem quatro anos e sete meses recolhidos no sistema penitenciário.
De acordo com a acusação, a quadrilha de extermínio está envolvida em assaltos, tráfico de drogas e de armas, além de assassinatos.
Em três anos, 21 mulheres e vários homens foram executados em Almirante Tamandaré. Quando começaram as prisões, os crimes cessaram. De lá para cá, envolvidos morreram, parentes das vítimas protestaram, mas somente agora o primeiro acusado senta no banco dos réus.
