Surto de investigador expõe fragilidade da polícia

Os advogados de defesa do policial civil José Alois Rigler, preso em flagrante no domingo após ferir um colega de profissão, na sede do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), entraram com pedido de liberdade provisória de seu cliente. A alegação é que o disparo foi acidental, provocado por surto por conta de estresse do investigador.

De acordo com o advogado Cesar Zerbini, “Rigler não teve a intenção de cometer qualquer ato ilícito, jamais ameaçou ou feriu qualquer pessoa conscientemente e não tinha motivo para tal ataque de fúria desenfreado”.

A defesa admite que o policial deve ser submetido a tratamento psiquiátrico e acompanhamento médico, e entende que mantê-lo preso não é a melhor solução. “Ele está preso por conta de um ato que foi provocado pelo estresse causado pelo excesso de trabalho”, ressaltou Zerbini.

Omissão

Arquivo
Rigler “explodiu” no Cope.

Segundo o advogado, existe lei estadual, que obriga os policiais civis, militares e agentes penitenciários a passarem por exames psiquiátricos anualmente. “Meu cliente já tem quase 20 anos de carreira e nunca foi submetido a esse tipo de exame”, disse.

O médico Benedito Campos Neto, que atendeu Rigler no dia do incidente, atestou que o investigador sofreu uma crise de estresse e um surto psicótico, alterando seu nível de consciência.

Tiros

Na noite de domingo, Rigler, armado com um fuzil, efetuou disparos no pátio do Cope. Em seguida, entrou no prédio da delegacia e atirou na televisão, porque estaria incomodado com o volume alto.

O tiro ricocheteou na parede e a parte que reveste a cápsula atingiu a barriga do colega Wilson Miguel Rudinik, 43 anos, que estava fora em outro ambiente. O atirador foi preso em flagrante e permanece detido na cela especial para policiais na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV). A vítima foi internada e já recebeu alta.