O caso de cárcere privado descoberto no município de Mariluz, interior do Estado, em que Clarice Laura de Oliveira, 45 anos, foi mantida trancada em uma casa por dez anos pelo amante, teve um fim inusitado. O acusado, Francisco Ribeiro, 60 anos, tapeceiro, foi preso, mas pagou fiança no valor de R$ 1.237,68 e ganhou a liberdade. Antes de retornar para casa, passou na residência da irmã da amante, onde ela estava abrigada, e juntos retornaram ao antigo lar.

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Revoltado com a atitude da polícia, que invadiu a casa na quinta-feira da semana passada, atendendo denúncia do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), o tapeceiro alegou que mantinha a casa fechada, guardada por cães de grande porte, e duas armas, para proteção de Clarice. Casado e mantendo outra família, ele não dormia na casa, mas visitava a amante pelo menos três vezes por dia. “Ela não saía de casa porque não queria. Tinha todas as chaves. Ela sabe que detesto mulher falando com vizinhança e fazendo fofoca”, justificou o acusado à polícia.

Clarice, por sua vez, disse gostar muito de Francisco e não se importar em ficar boa parte do dia sozinha. Afirmou também que ficava em casa trancada porque gostava e que não era obrigada a nada e que sua irmã a visitava uma vez por semana.

O tapeceiro irá responder processo também por porte ilegal de armas – um revólver e uma espingarda foram encontrados na casa -, além de cárcere privado.

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