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Doença, sujeira e sufoco fazem parte da vida de quem é preso. continua após a publicidade |
Representantes do Conselho Penitenciário vistoriaram a carceragem do 11.º Distrito Policial (CIC), ontem pela manhã. A cadeia estava com 147 detentos, embora sua capacidade seja para 45. ?Há celas sem ventilação que têm 27 presos amontoados. A temperatura pela manhã, dentro do xadrez, é de 45 graus?, denunciou o advogado Dálio Zippin filho, representante do Conselho.
Ele alertou que, além da superlotação, o xadrez não possui condições para abrigar seres humanos. Segundo ele escorre água pelas paredes, encharcando os colchões e roupas dos presos. ?A maioria tem problemas de pele. Um dos detentos tem problemas mentais, cinco estão com sífilis e um com aids. Eles não tem nenhum tipo de tratamento médico. Só nos casos mais graves é que são atendidos pelo Posto de Saúde?, contou o advogado.
Zippin comentou que as transferências dos presos com problemas de saúde para o Complexo Médico Penal, são autorizadas pelo juiz da Vara de Execuções Penais mas não há vagas. ?As necessidades fisiológicas são feitas em uma manilha aberta no chão, já que não existem vasos sanitários. Chuveiro só há um para todos os detentos, distribuídos em dez celas?, descreveu
O advogado alerta que somente nos finais de semana são recolhidos pelo menos 20 novos presos, sendo distribuídos entre o 11.º e o 12.º Distrito (Santa Felicidade), onde a situação não é muito diferente. ?O governador autorizou a construção de mais um Centro de Triagem em Piraquara, mas isso vai demorar meses.?
Zippin disse que a superlotação é um problema de toda a sociedade. ?O distrito, que atende uma área grande e problemática, conta apenas com 15 investigadores, um escrivão e dois delegados. Estes policiais têm 1.330 inquéritos em andamento, além de cuidarem dos presos?, criticou. ?Os policiais estão desmotivados e deixaram de exercer sua função principal para cuidar de presos?, acrescentou.