Superlotação em carceragem de Foz do Iguaçu

É calamitosa a situação da custódia da Polícia Federal (PF) em Foz do Iguaçu. A avaliação é da própria PF, que apresentou ontem detalhes sobre a superlotação da sua carceragem. São sete celas, com capacidade para apenas dois presos em cada uma. Há, porém, 72 presos na delegacia, numa média de nove por cela. Oito deles, inclusive, ficam nos corredores, por não haver mais espaço nas celas.

?Essa realidade é decorrência da interdição da Cadeia Pública Laudemir Neves, no Bairro Três Lagoas?, diz o delegado-chefe da PF de Foz, José Carlos Calazane. A interdição aconteceu no início de março também por conta da superlotação. Segundo Calazane, outra causa do problema foi o aumento no número de prisões em flagrante pela PF, por causa do maior controle migratório nas pontes que ligam o Brasil à Argentina e ao Paraguai.

Em comunicado divulgado ontem, a PF avalia que a superlotação ?tem repercussões preocupantes?. Uma delas pode até forçar a PF a adiar operações de combate ao crime organizado na região, ?por não possuir condições de acomodar possíveis presos?. Outra conseqüência, segundo o comunicado, é ?o prejuízo ao bem estar mínimo dos presos e o aumento das chances de revoltas no interior da carceragem?.

Segundo a PF, a situação dos presos se agrava ainda mais, pois alguns necessitam de ?maiores cuidados médicos?. Alguns têm convulsões e outros sofrem de diabetes e precisam da aplicação de insulina duas vezes por dia. Porém, a PF diz que não conta com profissionais da área de saúde para fornecer tratamento adequado aos presos.

Ainda de acordo com a PF, foi realizada, no mês passado, uma reunião com membros do Ministério Público Federal, da Justiça Federal e com a direção da Penitenciária Estadual, onde foram expostos os problemas de superlotação. Porém, a PF diz que não foi encontrada uma solução imediata. ?Apenas houve um vislumbre em solucionar-se a questão assim que ocorrer a inauguração da nova Penitenciária de Foz do Iguaçu, daqui a quatro ou cinco meses?, diz o comunicado.

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