Por conta de uma denúncia, a Comissão de Direitos Humanos, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), vistoriou, ontem, a carceragem do 12.º Distrito Policial, em Santa Felicidade, e constatou superlotação e insalubridade.
De acordo com a vice-presidente da comissão, a advogada Isabel Mendes, os presos sofreram com as chuvas dos últimos dias. Em paredes e teto há infiltrações, o que gerou acúmulo de água na cadeia. “Encontramos presos com doenças de pele, piolho e percevejo, além de quatro doentes, com HIV, tuberculose, asma crônica e infecção severa na perna, que necessitam de encaminhamento médico urgente”, relatou Isabel.
O local que deveria abrigar 28 pessoas, havia 147. “Enquanto estávamos lá, a carceragem recebeu outros três presos, ou seja, eram 150 pessoas espremidas nos cubículos. Cada xadrez, preparado para quatro homens, tinha cerca de 30”, relatou a advogada.
Isabel ainda explicou que a cadeia já está judicialmente interditada há mais de dois anos, por conta de intervenção da OAB-PR. No entanto, o 12.º DP é um dos poucos distritos da capital que continua com xadrez funcionando. Assim também ocorre no 11.º DP (CIC), 9.º DP (Santa Quitéria – exclusivo feminino) e Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), também interditados judicialmente, mas ainda lotadas, recebendo presos todos os dias.
Números
No 12.º DP, a maioria dos presos têm idades entre 18 a 25 anos, e 90% deles foram detidos por problemas com drogas, a maior parte (80%), por envolvimento com crack. Dos 150 encarcerados, pouco mais de 20 já estão condenados pela Justiça e deveriam estar cumprindo a pena no sistema prisional. Outros já pagaram suas penas e deveriam estar no regime semiaberto. “Sabemos que os presídios também sofrem com a falta de vagas”, lamentou a advogada.