Um crime macabro, ocorrido há quase três meses na área rural de Rio Branco do Sul, foi descoberto pela polícia somente neste fim de semana. Um homem foi morto a paulada e teve o corpo queimado numa fogueira pelos irmãos da ex-mulher. A pista que levou aos autores do crime foi a motocicleta usada pela vítima, Haroldo da Rocha Passos. Mesmo sem a existência de corpo – a Polícia Científica pôde apenas coletar material para exame no local onde foi feita a fogueira – o inquérito policial foi instaurado a partir da confissão do crime. Os autores foram ouvidos na delegacia do município.
A história começou quando Haroldo (cuja idade a polícia ainda não apurou) se uniu a Terezinha Fátima Ribeiro. O casal morava na Vila Zumbi dos Palmares, em Colombo. Segundo Terezinha, as brigas eram constantes. Ela disse que Haroldo era viciado em crack e a agredia com freqüência.
Facada
Depois de nove anos vivendo com ele, Terezinha decidiu fugir. A última discussão aconteceu em 15 de novembro passado, quando Haroldo desferiu um golpe de faca no braço dela. A mulher, então, buscou abrigo na casa da mãe – um sítio na localidade de Brumado, em Rio Branco do Sul. Inconformado, Haroldo foi atrás dela no dia seguinte. Mas a mulher já tinha ido se esconder na casa de outro irmão. Haroldo encontrou no sítio apenas a mãe e dois irmãos dela – Valdir Ribeiro,20 anos, e Gilberto Ribeiro, 30.
Diante da recusa da família em informar o paradeiro da ex-mulher, a vítima partiu para cima da mãe dela. Um dos rapazes desferiu uma paulada certeira na cabeça dele, matando-o. Para eliminar o corpo, os irmãos fizeram uma fogueira no mato e o queimaram. Em seguida desmontaram a motocicleta que ele tinha usado para ir a Rio Branco. Terezinha só soube do homicídio mais tarde, quando foi visitar a mãe.
Pista
Foi a partir do veículo que a polícia descobriu o homicídio. Haroldo foi dado como desaparecido, mas a moto que ele usou para ir a Rio Branco era do patrão dele, para quem trabalhava como pedreiro. O homem não se conformou em perder o veículo e desconfiou da história do desaparecimento. Sabendo do relacionamento conturbado do ex-empregado com a mulher, no sábado passado – 4 de janeiro -, ele foi até o sítio da família de Terezinha atrás de informações. Com a ajuda dos investigadores da delegacia local foram localizadas as peças da moto. A partir daí, Gilberto e Valdir Ribeiro confessaram o crime e indicaram o local onde carbonizaram o cadáver.