O soldado Emerson Rodes Marques, 35 anos, lotado no 12.º Batalhão da Polícia Militar, foi preso acusado de ter participado da tentativa de roubo a uma metalúrgica, em março deste ano, no Hauer, em Curitiba. Após ser reconhecido pelas vítimas, o policial teve seu mandado de prisão decretado e cumprido, na semana passada. Ontem, o suspeito, que já responde inquéritos por furto e homicídio, foi interrogado na Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) e negou todas as acusações.
O delegado da DFR, Messias Antônio da Rosa, contou que o crime aconteceu na tarde de 6 de março. Cinco indivíduos – fortemente armados, com coletes balísticos e rádio ligado na freqüência da polícia – invadiram a empresa, na Rua Conde São João das Duas Barras. ?Como estavam com rádio, perceberam que a polícia foi chamada e resolveram abortar a situação?, disse Messias. Na fuga, deixaram o local em três carros, entre eles um Santana roubado de um funcionário da metalúrgica.
Os três veículos foram abandonados e localizados rapidamente.
Investigação
O delegado explicou que o serviço reservado da Polícia Militar já vinha investigando a participação de Emerson num furto de caixas eletrônicos e, por isso, fotos do soldado foram mostradas aos funcionários da empresa. ?Eles o reconheceram como um dos cinco criminosos?, explicou Messias. A partir daí, foi decretada a prisão do policial e, na terça-feira da semana passada, ele foi detido. No momento da prisão, Emerson ainda foi flagrado com armas e autuado em flagrante por porte ilegal.
Perseguição
Lotado no 12.º BPM, Emerson estava afastado da corporação, por licença médica, alegando transtorno bipolar. Ontem, o soldado foi até a DFR para prestar depoimento e foi novamente reconhecido pelas vítimas. Mesmo assim, ele nega as acusações e afirma estar sendo perseguido pelo serviço reservado da PM. ?Meus advogados já têm comprovação de que eu nem estava no local do crime naquele dia?, disse. ?As vítimas estão sendo induzidas a fazer o reconhecimento?, completou.
O advogado de Emerson, Nilton Ribeiro, acrescentou que o policial já foi acusado de outros crimes, mas ?nunca conseguiram provar nada contra ele?.
De acordo com a DFR, além da suspeita de participação na tentativa de roubo, Emerson responde por furto e homicídio.