"Só ouvi os tiros", disse o frentista do Posto de Combustível Caju, na Rua Pedro Gusso, esquina com a Rua Paulina Ader, no Capão Raso, que estava sendo assaltado às 15h de ontem. O frentista havia sido rendido por um indivíduo que aparentava ter cerca de 20 anos, quando o soldado Chienkue, do Canil, voltava para casa depois de mais um dia de trabalho.
Chienkue, que estava à paisana, percebeu a ação do marginal e tentou detê-lo. Houve troca de tiros. O assaltante desconhecido tombou morto com um tiro do lado esquerdo da barriga, ao lado de revólver calibre 38 que portava. O policial, ferido por um tiro na perna, foi levado ao Hospital Evangélico, medicado e liberado. Este era o 12.º assalto contra o posto e o sexto presenciado pelo frentista, nos últimos dias. "Ele chegou, ergueu a camisa, mostrou a arma e mandou eu passar o dinheiro", contou o frentista. "Nem deu tempo. Só ouvi os tiros e me abaixei". O marginal tentou fugiu e correu pela Rua Paulina Ader. Ele foi perseguido pelo soldado, mas não conseguiu ir muito longe, caindo sem vida. O jovem não portava documento e o corpo foi removido ao Instituto Médico Legal (IML), de Curitiba, onde aguarda identificação.
Assaltos
O frentista contou que o posto já foi roubado 12 vezes, sendo cinco assaltos praticados pelo mesmo marginal. "Ele veio no sábado, depois voltou três vezes na quarta e retornou no sábado seguinte", lembrou o trabalhador. O assaltante era ousado e logo pela manhã apontou a arma e disse: "Vim buscar o dinheiro do café". Por volta do meio-dia retornou: "Agora a grana do almoço" e no fim da tarde, foi buscar o "jantar".
O frentista disse que mal olhou para o rosto do desconhecido morto, mas garantiu que ele era o marginal atrevido que o assaltou cinco vezes, sendo três no mesmo dia. "A polícia passa por aqui, mas de nada adianta. Não temos segurança nenhuma", lamentou o frentista, de 36 anos, pai de dois filhos. "Medo a gente tem, mas é obrigado a trabalhar", acrescentou o homem.