Golpe no turismo!

Sócios da Interlaken podem responder por até quatro crimes

A movimentação em frente à Delegacia de Crimes contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon) na manhã desta quarta-feira (6) foi grande. Imprensa e vítimas esperavam pelos sócios-proprietários da agência de turismo Interlaken, que anunciou falência pelo Facebook sem cumprir pelo menos 120 contratos, que foram convocados a prestar depoimentos.

Por volta das 11h, Lúcia Fontoura, uma das sócias-proprietárias chegou à Delcon. Sem falar com a imprensa e com todo um esquema de segurança feito por policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), a pedido da defesa, a mulher entrou na delegacia.

A previsão era de que fossem ouvidos dois responsáveis pela manhã e outros dois à tarde. O cronograma mudou e, conforme o delegado responsável pelas investigações, apenas Lúcia e a filha, Marseille Fontoura, devem ser ouvidas nesta quarta.

Os sócios-proprietários da Interlaken podem responder por, pelo menos, quatro crimes: propaganda enganosa, associação criminosa e indução de consumidor ao erro.  Eles ainda serão investigados por estelionato.

Até o momento, nenhum pedido de prisão foi feito, mas o delegado responsável pelas investigações não descarta que isso possa acontecer. “É cabível prisão sim, mas vamos ter fazer todos os interrogatórios, ouvir o que eles têm a dizer, caso compareçam”, explicou Guilherme Rangel.

Os contratos fechados ao longo de 2015 não foram cumpridos, porque a agência declarou falência, colocando a culpa da falta de condições na crise financeira do país. De acordo com Guilherme Rangel, 128 pessoas já registraram boletim de ocorrência.

Conforme o delegado, dos registros feitos depois do anúncio da empresa no Facebook, entre 10 e 15 apontam que os donos da empresa usaram dados pessoais de clientes, como números de documentos e informações bancárias, para negócios próprios. “Isso vai muito além de crime contra o consumidor”.

O prejuízo causado pela empresa pode chegar a aproximadamente R$ 2 milhões. O delegado acredita ainda que o número dos boletins de ocorrência possa chegar a 150.

Movimentação da imprensa em frente à Delcon durante toda a manhã. Foto: Gerson Klaina.