Mais um casal foi preso ontem pela manhã, por policiais da delegacia de União da Vitória. Com estas prisões, sobe para 50 o número de pessoas acusadas de integrar uma quadrilha organizada, especializada em tráfico de drogas. O delegado Agenor Salgado, titular da DP de União da Vitória, contou que o homem tem 42 anos e a mulher 28. "Por enquanto não podemos fornecer nomes, pois a Operação Contestado ainda está em andamento. Novas prisões deverão ser feitas nos próximos dias", explicou. Porém, adiantou que o casal não estava na lista de foragidos divulgada ontem pela Tribuna, que continha os nomes de Elvis, Rita, "Botinha", Tomé e Mário. Não aconteceram novas apreensões de mercadorias ou drogas, além das realizadas no fim de semana.
Segundo as investigações iniciadas pelo delegado há três meses, a quadrilha funcionava como uma "empresa", inclusive com o horário de funcionamento definido das 18h às 6h, e com uma gerente financeira, que era uma garota de 17 anos -amásia do líder Edelson Pires do Prado, conhecido como "Negão", e com uma contadora, Edite Walcazk, mulher do "braço direito" de Edelson – José Carlos Ferreira, o "Caio". Este costumava cobrar as dívidas do grupo.
Escutas
As escutas telefônicas realizadas durante três meses, possibilitaram à polícia descobrir que a droga comercializada pelo grupo vinha do Paraguai e entrava no Brasil pela fronteira de Foz do Iguaçu, sob o controle do quadrilheiro Jhon Maycon, que está recolhido na Penitenciária Estadual daquele município. Depois passava por Cascavel, onde as responsáveis eram a mãe de John, Valdeli Cristina de Oliveira, conhecida como "Val" e Carmem Lúcia Alves (amásia dele). Em Curitiba, Rita e Elvis, que ainda estão sendo procurados, eram os fornecedores de crack para a quadrilha. O nome completo deles também não foi divulgado.
Assim que a droga chegava em União da Vitória, Edelson fazia a distribuição através de Caio. Em Cruz Machado, "Botinha" e Mário, que ainda não foram capturados, se encarregavam do comércio dos entorpecentes. Em Rio Azul, Valdecir Albuquerque, conhecido como "Coca" era o distribuidor; e em Porto União (SC), Edite e Tomé (ele ainda está foragido), faziam as vendas.
A quadrilha detinha o monopólio do tráfico de drogas em União da Vitória, não deixando entrar outro traficantes na cidade, nem entorpecentes como cocaína e ecstasy. Até o advogado do grupo, João carlos Coas Júnior, costumava receber seus honorários advocatícios em drogas, que eram usadas ou revendidas por ele.