Skinheads em liberdade na capital

Os 11 skinheads detidos em outubro do ano passado, que faziam parte de um dos grupos mais bem organizados do País, estão soltos. Alguns nem chegaram a ficar presos e os demais, entre eles o cabeça do bando, Eduardo Toniolo Del Segue, o "Brasil", foram liberados porque excedeu o prazo de reclusão permitido em lei antes do julgamento.

Em setembro de 2005, vários adesivos que discriminavam homossexuais, negros e judeus começaram a ser espalhados pela cidade. No mesmo mês um jovem homossexual disse ter sido agredido pelo bando. O Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) deu início às investigações e, em 26 de outubro, o grupo foi desarticulado. Com eles a polícia apreendeu farto material de apologia ao nazismo, entre bandeiras, livros e fotografias.

Dois processos foram abertos. Um sobre racismo e outro relativo à tentativa de homicídio. Apenas cinco membros do grupo tiveram a prisão temporária, que depois passou a ser preventiva, decretada. São eles: Eduardo Toniolo Del Segue, Edwiges Francis Barroso (mulher de Eduardo), Raul Astutte Filho, Anderson Marondes de Souza e André Lipinharski.

Segundo o advogado de André, Samir Mattar Assad, Raul foi liberado durante a fase de inquérito policial. Edwiges e André ganharam a liberdade a partir de um habeas corpus julgado pelo Tribunal de Justiça.

"André pôde responder em liberdade porque é réu primário, não tem antecedentes criminais, possui residência fixa, emprego constituído, e é universitário", explicou Assad.

Por fim, Eduardo e Anderson foram liberados este mês por excesso de prazo pela juíza da 9.ª Vara Criminal. "A audiência para serem ouvidas as testemunhas de acusação foi transferida para o dia 5 de maio. A Juiza entendeu que eles não poderiam ficar presos até lá. As audiência acontecerão no auditório da Auditoria Militar, uma vez que não há espaço físico para comportar todos os réus e seus advogados no Fórum Criminal", explicou Assad.

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