A resposta aos questionamentos sobre a condução da investigação das mortes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico veio do Ministério Público do Paraná (MP-PR) e do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná (Sidepol), ontem. As entidades apoiaram o trabalho do Núcleo de Repressão aos Crimes contra a Saúde (Nucrisa) e o MP afirmou em nota que se “manifestou favoravelmente em relação aos pedidos de prisão e de busca e apreensão”.
Pela nota os “elementos probatórios que constam até o momento no inquérito são considerados fortes”. Ainda foi informado que os trabalhos da Polícia Civil são acompanhados diretamente pela Promotoria de Proteção à Saúde Pública de Curitiba e pelo Centro de Apoio.
Afastamento
Sobre o pedido de afastamento da delegada-titular do Nucrisa, Paula Brizola, o Sidepol considerou a ação como “uma clara tentativa de intimidar a investigação”. Quanto a ter indeferido o pedido de vistas dos autos da defesa da médica Virgínia Soares de Souza, o diretor-presidente do Sidepol, Jairo Estorilio, disse que a delegada cumpriu “tudo que o segredo de Justiça previa”.
O Sidepol também defendeu que os trabalhos do Nucrisa seguiram padrões internacionais, “utilizando todos os recursos atuais de intervenção permitidos pelo Estado de Direito, tais como interceptação telefônica, infiltração, oitivas de testemunhas e requisição de documentos”.
Às claras
Com a revogação do segredo de Justiça, apenas depoimentos colhidos poderão ser divulgados. Segundo o MP, por conta da Lei das Interceptações os áudios das ligações telefônicas só poderão ser acessados pelos advogados do caso. No final da tarde de ontem, o advogado de Virgínia, Elias Mattar Assad, obteve a cópia dos áudios.