Sindicalista nega envolvimento em mortes

Acusado de estar envolvido no assassinato de um bicheiro e dois sindicalistas de Paranaguá, o ex-diretor do Sindicato dos Estivadores de Paranaguá e Antonina, Antônio Carlos Bonzato, deu sua versão aos fatos. Ele afirma que os homens que foram presos, e que disseram ter sido contratados por ele para a prática das execuções, confessaram os crimes sob tortura policial. O bicheiro Paulo Yoshiaru Sakamoto, o "Paulo Japonês", o sindicalista e estivador Paulo Canhola e o estivador Luís Félix da Silva, o "Sapo", foram mortos nos anos de 1999, 2000 e 2001. Os autores dos crimes seriam Hélio de Oliveira, o "Helinho", Márcio Baurakiades, Ariosvaldo Marques e Elias Thadeu Farij. Somente Hélio e Márcio estão presos.

Eles confirmaram os assassinatos à polícia, cuja confissão foi gravada em uma fita de video. Trechos mostram o depoimento de "Helinho" e Márcio, relatando com detalhes a contratação – por parte de Bonzato -, o planejamento e a execução dos crimes.

Defesa

Segundo Bonzato, os trabalhos realizado pela polícia foram direcionados. "A investigação procurou diretores do Sindicato. Uma armação. Contrariaram depoimentos, reconhecimentos e provas colhidas, porque estas não levavam em direção a mim e ao Hélio (Hélio Alves dos Santos, ex-secretário da Estiva). Por isso, eu acuso a polícia de ter conseguido as confissões à base de coação física e mental, de afogamentos e choques, acusações estas confirmadas em Juízo pelas pessoas que sofreram tais atrocidades. Nunca se viu no meio sindical em Paranaguá tamanha perseguição, de causar inveja até aos mais ardorosos defensores do regime militar", afirma.

Bonzato ressalta que a própria fita de vídeo da "confissão" de "Helinho" e Márcio Baurakiades mostra claramente que os dois estavam molhados, o que reforça a tese de que eles haviam sido forçados a prestar as declarações. "O papel das instituições é de realmente verificar e investigar a fundo, porém não posso concordar que uma instituição pública continue prestando um desserviço à sociedade", finaliza Antonio Carlos Bonzato.

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