Simula seqüestro para extorquir a família

O comerciante Luiz Bolda Neto, 28 anos, morador em Camboriú (SC), simulou seu próprio seqüestro para tentar extorquir R$ 2 mil dos pais e acabou sendo preso na tarde de quinta-feira, em frente a um caixa eletrônico do Bradesco, na Cidade Industrial de Curitiba. Desde segunda-feira ele vinha mandando pessoas de seu relacionamento telefonarem para a mãe e para a namorada, exigindo o dinheiro e fazendo ameaças.

Além de Luiz, investigadores do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), prenderam Sinésio Cândido Pereira, 20, e Edson Lopes, 28, ambos moradores da CIC. Eles estavam ajudando Luiz em seu plano de tomar dinheiro da família. Viciado em drogas, o comerciante adquiriu vários papelotes de cocaína junto aos traficantes da Vila Nossa Senhora da Luz e, provavelmente, queria o dinheiro para quitar a dívida e comprar mais drogas.

Simulação

Depois de fazer tratamento contra o vício e prometer aos pais que não iria mais se envolver com drogas, Luiz voltou a ganhar a confiança da família e trabalhar no comércio de pescados de propriedade de seus pais. No começo da semana, afirmando que iria tentar vender uma carga de camarões em Curitiba, ele se deslocou para a capital paranaense usando o carro da namorada.

Assim que chegou, procurou a Vila Nossa Senhora da Luz e passou a consumir drogas. Foi então que teve a idéia de mandar os amigos telefonarem para sua família, dizendo que ele havia sido seqüestrado e que a quantia exigida deveria ser depositada na conta bancária dele.

Desconfiança

Policiais de Camboriú, comunicados pela família, entraram em contato com o Cope, pedindo apoio nas diligências. Logo os telefones foram “grampeados” e todas as ligações rastreadas. “Já de cara percebemos que não se tratava de um seqüestro verdadeiro e até alertamos a família para isso, pois o valor pedido era muito pequeno”, comentou o delegado Luiz Carlos de Oliveira, que conduziu pessoalmente as investigações.

Com o monitoramento das ligações e com o depósito da quantia pedida, os policiais fizeram campana em frente a todos os caixas do Bradesco existentes na região da CIC. E foi justamente no caixa em frente ao Hotel Mabu que Luiz e seus dois cúmplices foram tentar o saque. Assim que chegaram, foram presos.

Luiz tentou assumir sozinho a autoria do golpe, inocentando seus comparsas. A família, que ansiosamente esperava ver o rapaz livre dos supostos seqüestradores, ficou chocada com o desfecho da história. “Infelizmente ele deverá responder pelo que fez e ficará preso”, afirmou Oliveira.

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