Silêncio dos acusados no caso Giovanna

O juiz Luiz Osório Moraes Panza concedeu liminar revogando a prisão preventiva do cigano Renato Michel, 38 anos. A decisão foi tomada ontem, após a análise do habeas corpus impetrado pelo advogado Cláudio Dalledone Júnior, que pretende apresentar seu cliente no início da semana à Justiça. Renato é acusado do assassinato de Giovanna dos Reis Costa, 9 anos, durante um ritual, que teria acontecido no dia 10 de abril do ano passado.

Também ontem, Vera Petrovitch, 53, e seu filho Pero Petrovitch Theodoro Vich, 19, ciganos acusados do mesmo crime – e que foram presos na sexta-feira da semana passada, em São Paulo – foram interrogados no Fórum de Campina Grande do Sul, mas se reservaram ao direito de permanecer em silêncio.

O interrogatório de cada um durou 15 minutos. O promotor Otacílio Sacerdote fez cerca de 20 perguntas aos acusados, que foram orientados pelo advogado Cláudio Dalledone Júnior, que assumiu a defesa dos dois, a não responder. O promotor adiantou que será marcado um novo interrogatório, mas a data ainda não foi definida.

No próximo mês, deverão ser ouvidas as testemunhas de acusação e, posteriormente, as de defesa.

Revogação

Para conseguir a revogação, Dalledone alegou que seu cliente sempre esteve à disposição da delegada Margareth Mota, que presidiu o inquérito policial, e que Renato possui residência fixa. ?Apesar de ser cigano, ele não é nômade. Mora na mesma residência desde que nasceu. Seus pais e avós estão enterrados aqui?, ressaltou o advogado. ?Outro fato é que ele não possui antecedentes criminais?, acrescentou.

O habeas corpus de Renato deve ser julgado em três ou quatro semanas. A liminar poderá ser cassada ou confirmada pela Justiça.

Segurança

Um forte esquema de segurança foi montado para a chegada dos ciganos Vera e Pero ao Fórum. Havia um boato de que pessoas revoltadas com a morte de Giovanna tentariam linchá-los. Policiais fortemente armados fizeram a escolta dos acusados e fecharam a rua no momento da chegada. Porém todo o aparato foi desncessário, pois os pais da menina fizeram um apelo à população para que não fosse tomada nenhuma atitude agressiva aos acusados.

A família teme que manifestações de revolta possam provocar o desaforamento do caso, ou seja, o julgamento ser transferido para Curitiba.

Na opinião da família, o ?silêncio dos acusados? só os incrimina ainda mais. São vários os indícios que apontam Pero, Renato e a mulher de Pero, uma garota de 15 anos, como autores do crime. Eles teriam sangrado Giovanna até a morte, na casa onde moravam, em Quatro Barras, para recolher o ?sangue de uma virgem?, que seria usado por Vera para um ritual de fertilidade a ser realizado para o casamento de outro filho dela.

Mãe e filho apenas negam envolvimento no crime, garantem que são inocentes, mas não explicam qualquer dos indícios que os incriminam, como as manchas de sangue humano no carro de Pero, o fato de terem lavado a casa toda com produtos de limpeza comprados no dia seguinte ao sumiço de Giovanna e um envelope com o nome da garotinha encontrado numa casa que foi ocupada por Vera, em Curitiba.

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