Policiais do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) voltaram na tarde de ontem ao bairro São Dimas, em Colombo, com Karla Ponfrechi, 19 anos. A mãe da pequena Nicolly Eduarda Ponfrecki Guedes refez todo o trajeto da última quarta-feira, desde quando teria derrubado a filha até a invenção do falso seqüestro. A reconstituição trouxe novos detalhes para a investigação, mas não solucionou o intricado quebra-cabeça. O objetivo da polícia era descobrir se Karla derrubou a Nicolly acidentalmente ou não.
Para evitar qualquer manifestação por parte dos moradores da região, que se mostraram revoltados com o caso, policiais do Sicride contaram com o apoio do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e da Polícia Militar. As ruas onde foi feita a reconstituição foram isoladas.
O marido de Karla, Alex Guedes, 20, acompanhou à distância o trabalho da polícia. Na janela da viatura onde estava a esposa, Alex falou rapidamente com Karla apenas para saber se ela precisava de algo. ?Ela estava muito abalada. Ainda não tive a chance de conversar direito com ela, mas Karla sabe que eu estou do seu lado?, disse Alex.
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De acordo com a delegada do Sicride, Daniele Serighelli, a reconstituição começou no quarto da casa onde a jovem morava com o marido e os sogros. Foi ali que Karla mostrou como o bebê caiu, logo depois de ter sido amamentado. Em seguida, ela refez todo o trajeto até a valeta onde deixou a filha. Depois de abandonar o corpo do bebê, a jovem voltou em direção à sua casa, parando antes na casa de um amigo do marido, para quem contou a versão do seqüestro. De lá, os dois foram até à casa de um tio de Alex. Por fim, a mãe do bebê avisou a polícia do suposto seqüestro.
Antes da reconstituição Karla fez exames psiquiátricos, solicitados pelo Sicride, no Instituto Médico-Legal. ?Estamos aguardando o resultado e também o laudo de necropsia que irá determinar a causa da morte do bebê?, finalizou a delegada. O Sicride tem o prazo de 10 dias para finalizar o inquérito.