Sete anos após o crime, que teve o inquérito arquivado, um caso de estupro de vulnerável contra um menino de 13 anos foi solucionado, a partir do cruzamento de dados do banco de perfis genéticos (formado por amostras de DNA). O suspeito é Célio dos Santos Vieira, que está preso, condenado há 47 anos por quatro atentados violentos ao pudor e dois estupros de vulneráveis.

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No dia 28 de agosto de 2009, o adolescente estava com três amigos no bairro Umbará, quando eles foram rendidos por um homem com uma faca, que os obrigou a entrar em um matagal. Três garotos foram liberados e um deles estuprado pelo criminoso.

À época do crime , um suspeito foi detido e reconhecido pela vítima, mas, de acordo com a delegada Daniela Andrade, como o exame de DNA deu negativo e ele estava preso na data do estupro, demostrando que não poderia ser o autor, o Ministério Público solicitou o arquivamento do processo.

Em 2010, Célio foi condenado pelo estupro de um garoto de 15 anos, ocorrido cinco anos antes. O confronto dos espermatozóides coletados dessa vítima, com os do adolescente violentado em 2009 apontou que o material genético pertencia ao mesmo homem – ou seja, os dois crimes teriam o mesmo autor.

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Diante da nova prova produzida pela Polícia Científica, de acordo com a delegada, o caso foi desarquivado e, nessa segunda-feira (04), Célio foi interrogado. À polícia, ele afirmou não lembrar desse fato “especificamente”, o que, para Daniela, é um indício que ele comete crimes com frequência.

Banco de dados

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O chefe da Divisão de Laboratórios da Polícia Científica, Thiago Massuda, explicou que existem dois tipos de bancos de dados: um de materiais genéticos de condenados, principalmente por crimes hediondos; e um de vestígios coletados em cenas de crime e de vítimas que sofreram violência sexual.

No Paraná, conforme o diretor geral da Polícia Científica, Hemerson Bertassoni Alves, já foram coletadas cerca de 960 amostras. Esses materiais podem ser fundamentais inclusive para a solução de casos emblemáticos – como o assassinato de Raquel Genofre, 8 anos, encontrada morta em uma mala na Rodoferroviária de Curitiba, em 2008; e o da Tayná Adriane da Silva, 14 anos, morta em Colombo no ano de 2013.

Hemerson afirmou que os materiais das duas estão inseridos nesse banco e diuturnamente são comparadas às amostrar de 20 laboratórios do país. “Espero que em futuro muito próximo nós tenhamos resultados com a identificação desses assassinos”.