No início da semana, o diretor da Escola Superior de Polícia Civil do Paraná, Cláudio Telles, mencionou durante treinamento que policiais do Estado fazem com agentes do Federal Bureau of Investigation (FBI) uma pesquisa sobre o perfil de alguns presos do sistema penitenciário do Paraná. Na ocasião, ele não entrou em detalhes. Porém, ontem, a Sesp divulgou algumas conclusões do estudo.
Segundo o órgão, em 2006, a delegada Márcia Tavares dos Santos, à época encarregada do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), solicitou ao Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) todos os prontuários de presos que tinham cometido crimes cruéis contra crianças. Do total de presos no Estado em todos os regimes, 144 foram selecionados. Desses, 24, mais de 16%, apresentaram perfis de possíveis criminosos em série. Em outro estudo, a delegada verificou que, entre 2003 e 2005, dos 263 casos registrados de crianças desaparecidas, cinco foram encontradas mortas. Dessas, três foram vítimas de assassinos com perfil de criminosos em série.
A Sesp esclarece que o que se analisou foi a cena do crime e o modus operandi. ?São pessoas que cometem uma série de crimes semelhantes, com as mesmas características, em pequenos intervalos de tempo. Geralmente as vítimas escolhidas têm, também, as mesmas características?, esclarece a assessoria de imprensa. Outros detalhes sobre as pesquisas não foram revelados por questões de segurança.
A Sesp achou necessário realizar o Curso Internacional de Técnica de Investigação Policial da Cena do Crime ao Perfil do Criminoso, do FBI, quando a polícia prendeu no Paraná, em 2005, José Airton Pontes, que confessou ter matado pelo menos 30 crianças em diversos estados do Brasil.