Uma família passou por momentos de pânico nas mãos de assaltantes durante a noite de Natal. De acordo com informações da delegacia de Alto Maracanã, por volta das 20h20 de quinta-feira, a vítima, acompanhada da esposa e do filho – um bebê de apenas um ano – encostou o carro (Ford Ka vermelho, placa AHF-2983) em frente a casa de uma comadre, na Rua Floripa Mulhmann, bairro Atuba, em Colombo. Ao descer do veículo, a família foi rendida por dois indivíduos armados com revólveres. A mulher foi obrigada a sentar no banco traseiro, enquanto o marido foi colocado no banco de passageiro, juntamente com um marginal. O outro assumiu a direção do Ford Ka.
O grupo começou a rodar com o carro até uma estrada secundária, de terra batida. De repente, o motorista parou e ameaçou matar mãe e filho mas, ao invés disso, resolveu abandoná-los naquele local ermo. O marido foi obrigado pelos assaltantes a entrar no porta-malas, mas como se recusava foi jogado no banco traseiro mesmo.
Negociação
Os bandidos se deslocaram até a Vila Zumbi dos Palmares e pararam o Ford Ka em um beco para conversar com uma mulher. Naquele local, a dupla executou uma série de ligações tentando negociar o carro. A todo momento realizavam ameaças contra a vida do seqüestrado. Durante uma das ligações, a vítima conseguiu ouvir a conversa do bandido com outra pessoa no celular. A conversa era para estipular o preço que o Ka seria comercializado, aproximadamente R$ 300,00.
Aproveitando a oportunidade, a vítima fez aos seqüestradores uma proposta: retornar para casa da comadre e pegar R$ 500,00 que tinha guardado. Além disso, os marginais poderiam ficar com o carro também. A proposta foi imediatamente aceita pelos criminosos, que mais tarde soube-se tratar-se de pai e filho.
Ao retornar e entrar na casa, no Atuba, acompanhado pelos marginais, a vítima entregou-lhes o valor combinado. Acontece que os marginais não cumpriram o acordo e resolveram sair com a vítima para dar mais uma “volta” no Ford Ka, mesmo recebendo o dinheiro.
Prisão
Nessa segunda saída, ocorreram os momentos mais tensos do seqüestro. Conforme o depoimento da vítima, eles seguiram pela estrada da Graciosa e novamente recomeçaram as ameaças de morte, cada vez mais convictas por parte dos marginais. Durante o trajeto, a vítima ouviu um disparo e de repente o motorista abriu a porta do Ka e se jogou para fora, mesmo com o carro em movimento. Descontrolado, o Ká bateu em um poste na estrada. Nesse momento, é que o seqüestrado conseguiu notar que o carro estava sendo perseguido por uma viatura da Polícia Militar.
Sentindo-se intimidado pela presença policial, o marginal de mais idade desceu do carro e agarrou a vítima, mantendo-a sob a mira do revólver. A vítima conseguiu se desvencilhar e saiu correndo. Sem alternativa, o marginal não se entregou e houve troca de tiros com os policiais do Regimento da Polícia Montada (RPMont).
O indivíduo – identificado como Adílson Freitas Barbosa, 46 anos – foi ferido e morreu a caminho do Hospital Cajuru. O comparsa dele, que era seu filho, foi preso e levado para a delegacia de Alto Maracanã, em Colombo. O rapaz é menor, tem 17 anos.
O sucesso da operação de resgate se deve em grande parte à esposa do seqüestrado. Logo após ser abandonada na estrada secundária, acompanhada pelo filho, ela saiu correndo em direção a uma estrada principal e contou com a sorte. No instante que ela chegou na estrada, um táxi estava passando e ela fez sinal para que o motorista parasse. Contou a situação ao taxista e pediu para que fosse levada até uma residência para que telefonasse à polícia.
Assim, a PM começou a fazer patrulhamento na região até que encontrou com o carro na Estrada da Graciosa, colocando um ponto final no seqüestro.