Dois meses depois de ser presa em flagrante por seqüestrar um bebê recém-nascido no Hospital Evangélico, a cabeleireira Márcia de Freitas Salvador, 32 anos, foi colocada em liberdade provisória. O juiz da 6.ª Vara Criminal, Oresten Tilay, acatou o pedido do advogado Eduardo Miléo e, na tarde de sábado, Márcia deixou a Penitenciária Feminina, em Piraquara.
No último dia 4, Márcia foi interrogada na 6.ª Vara e confessou novamente o crime (antes já confessado à polícia). Ela disse que teve um aborto espontâneo em agosto do ano passado. Na noite do dia 12 de março foi até o hospital e entrou tranqüilamente pelo setor de convênios, não sendo abordada em momento algum por funcionários do hospital. De lá foi ao 8.º andar e seguindo as placas chegou ao setor de maternidade. Ao entrar no quarto, havia três mulheres e três bebês recém-nascidos. De acordo com a cabeleireira, a mãe de Gabriele, Josiane de Fátima Baggio, lhe disse que a criança ainda não havia sido levada para fazer exames. Neste momento, surgiu a idéia de levar a criança. Márcia ressaltou que retornou pelo mesmo caminho, com o bebê nos braços e não teve obstáculos para deixar o Hospital Evangélico. Depois passou em um supermercado, onde comprou leite, mamadeira, fralda, sabonete e xampu, e seguiu para sua casa, na Rua Arapongas, no Sítio Cercado, onde permaneceu dois dias com o bebê, até ser presa no fim da tarde do dia 14 de março por policiais do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride). Ela chegou a apresentar o bebê para o namorado e para a filha de 13 anos.