A polícia não acena com novidades, por enquanto, quanto aos autores ou mandantes dos assassinatos resultantes do confronto entre integrantes da Via Campesina e seguranças particulares no último domingo, na fazenda da multinacional Syngenta, em Santa Tereza do Oeste. Ontem, os líderes sem terra Celso Barbosa e Célia Aparecida Nascimento foram ouvidos na delegacia local.
O depoimento de Barbosa não foi capaz de fornecer detalhes à polícia, já que ele estava fora do acampamento no momento do confronto. Já Célia, que até o fechamento desta edição ainda estava sendo ouvida, teria sido salva por Valmir de Oliveira, o ?Keno?, assassinado naquela ocasião. Ambos estariam na mesma guarita e ele, ferido, a teria orientado a correr para o lado oposto ao que fugiu, no momento em que foi alvejado.
?A questão agora é descobrir onde estão as armas das milícias que atacaram os trabalhadores e quem deu a ordem para esse ataque?, diz o coordenador executivo da organização Terra de Direitos, Darci Frigo. Até agora, somente uma arma foi encontrada, registrada em nome da NF Segurança, empresa que fazia a guarda da fazenda. Exames de balística serão feitos para saber se os tiros que assassinaram as vítimas – além do sem terra, um segurança – partiram da pistola.