O integrante do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), grupo dissidente do Movimento dos Agricultores Rurais Sem Terra (MST), Rosemildo Pereira Subtil, de 23 anos, foi morto na noite de domingo com um tiro num acampamento às margens da BR-369, no trecho que liga Cascavel a Corbélia, no Oeste do Estado.
O disparo foi feito com uma espingarda calibre 20. Ao atender a ocorrência, os policiais identificaram um adolescente de 17 anos, também do MLST, que foi apontado como autor do homicídio. Segundo os policiais, o jovem, que foi levado à Delegacia da Criança e do Adolescente de Cascavel, disse que o tiro foi acidental. Segundo o relato do adolescente, ele e Rosemildo se preparavam para ir caçar quando a arma disparou.
A espingarda está em péssimas condições. Apesar da afirmação, o menor foi encaminhado à Delegacia Central de Cascavel, para interrogatório. A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o caso e a arma será encaminhada ao Instituto de Criminalística, para perícia. O adolescente já foi solto.
Cooperação
Já no Assentamento Antônio Tavares, em São Miguel do Iguaçu, também no Oeste do Estado, sem terra ligados ao MST decidiram abrigar onze famílias de índios avás-guaranis, que passaram 80 dias ocupando uma área do Parque Nacional do Iguaçu, de onde foram retirados há 20 dias.
Alegando falta de espaço na aldeia Ocoí, reserva à qual pertencem, os índios fizeram um acordo com o MST, que lhes ofereceu abrigo e alimentação até que o impasse com a Fundação Nacional do Índio (Funai) seja resolvido.
Líder do grupo, o cacique Simão Tupã declarou que não há espaço para todas as famílias na aldeia Ocoí e, por isso, recorreu ao acordo com o MST.
O administrador da Funai de Guarapuava, Giancarlo Guimarães, informou que já foi feito um levantamento de possíveis áreas para abrigar os índios. Os dados foram encaminhados para Brasília, onde está sendo feita uma análise sobre a disponibilidade de verba para a compra ou o arrendamento de um terreno. ?O processo já está em andamento, mas tem de haver compreensão?, destacou.
O caso
55 índios avás-guaranis deixaram, em setembro, a reserva do Ocoí, em São Miguel do Iguaçu, alegando falta de espaço para a prática de agricultura de subsistência da tribo, e ocuparam uma área dentro do Parque Nacional do Iguaçu.
No dia 3 de novembro, a 2.ª Vara Federal de Foz do Iguaçu acatou o pedido de reintegração de posse por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A reintegração só foi cumprida em 22 de novembro, quando 96 homens das polícias Federal, Militar e Florestal abordaram os índios.
Houve confronto e três policiais ficaram feridos, mas os avás-guaranis foram retirados em um ônibus fretado, e levados de volta para a reserva. No mesmo dia, a Funai declarou não dispor de recursos para adquirir novas terras para a tribo, mas prometeu buscar apoio do governo para ter uma solução rápida para o impasse.
