A polícia ainda não tem informações sobre o paradeiro dos seis foragidos da Justiça que tiveram pedido de prisão preventiva expedido na última quinta-feira em decorrência da operação Grande Empreitada. Emerson Gava, presidente da Associação Paranaense de Empresários de Obras Públicas (Apeop), e os dirigentes Fernando Gaissler, Lucídio Rocha Neto e Carlos Henrique Machado, além do funcionário da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) Lucas Bach Adada e o empreiteiro Mário Henrique Andrade permanecem desaparecidos.
A Justiça aguarda o parecer do Ministério Público sobre o inquérito. Se houver denúncias, os seis serão processados. A promotora Marla Blanchet deve se manifestar até terça-feira. O advogado de quatro dos seis acusados, Roberto Brzinski, acredita que a prisão preventiva era desnecessária, já que todos compareceram espontaneamente aos interrogatórios. Já o delegado Sérgio Sirino, que coordena as investigações, disse, na semana passada, que "não era descartada possibilidade de prisão preventiva". A afirmação pode ter provocado a fuga dos acusados, já que os seis foragidos eram os mesmos homens que tiveram pedido de prisão temporária prorrogado há pouco mais de uma semana.
O primeiro inquérito da Grande Empreitada, relativo a fraudes nos editais 02 e 05/2004 da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), foi concluído na última quinta-feira e indiciou 27 pessoas. As suspeitas eram de elevação do preço das obras por parte da Associação dos Empresários de Obras Públicas (Apeop) junto às empreiteiras participantes da concorrência, obrigando o cancelamento da primeira e lançamento da segunda licitação com valor 25% acima do previsto.
A polícia apurou que a Apeop intermediava sorteios e escolha de empresas associadas para "vencer" licitações de obras públicas no Estado, contando com participação de funcionários públicos que, em troca de propina, passariam informações privilegiadas à associação a respeito das concorrências. Os seis foragidos são os acusados de coordenar o esquema no caso Comec. Eles tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça na quinta-feira à noite (7), mas, ao buscarem os acusados em suas casas na sexta-feira pela manhã, os policiais se depararam apenas com portas fechadas.
De acordo com a assessoria de imprensa do governo do Estado, o governador Roberto Requião deve se pronunciar amanhã, durante a reunião do Mãos Limpas, se cancela ou não as licitações supostamente fraudadas da Comec.