?Não tenho medo. Um dia a gente vai morrer mesmo?, disse, ontem, Luís Carlos Jonas Pereira, 23 anos, na delegacia de São José dos Pinhais. Ele é apontado como integrante da gangue Iraque e autor de dois homicídios, cometidos na manhã de terça-feira, no Jardim Itália. Porém só assumiu que, no domingo, atirou no braço de Adenilson Pereira Godoi, o ?Nenê?, que foi morto na terça-feira.
Depois do crime, Luís Carlos foi jurado de morte no bairro. ?A minha fama é de bandido, traficante, delinqüente, mas não sou nada disso. Só não levo desaforo para casa?, declarou. ?Não devo nada a ninguém.?
Luís contou que, no domingo, foi à casa de sua irmã e se reuniu com amigos, entre eles, Fabiano Pereira (assassinado na terça). ?Chegaram uns rapazes de bicicleta. O ?Nenê? estava junto e apontou a arma. Eu puxei a do Fabiano e atirei. Foi legítima defesa?, alegou. Segundo Luís, na terça-feira, ele não estava no bairro, mas soube que Adenilson, integrante da ITL (Jardim Itália), assassinou Fabiano. Quando fugia, Adenilson foi morto pela gangue Iraque.
A história não convenceu a polícia. ?Temos dez testemunhas que afirmam que quem matou foi o Luís Carlos. Agora a Justiça vai decidir?, disse o chefe de investigação da delegacia, Altair Ferreira.