O policial civil Délcio Razera conseguiu passar o Natal com a família, mas durante a festa de Ano-novo vai ter de se contentar com os parceiros de carceragem. O pedido de habeas corpus feito ao Superior Tribunal de Justiça não foi julgado ontem e a Justiça só retoma os trabalhos na próxima terça-feira. Depois de passar seis dias fora da cadeia, Razera se apresentou, anteontem, ao juiz da Comarca de Campo Largo. Ele havia sido solto ilegalmente às vésperas do Natal.
O policial responde processo por escuta telefônica ilegal tendo como vítimas empresários, políticos e membros do judiciário na Comarca de Campo Largo. Além disso, pesa contra ele a acusação de porte ilegal de armas. O processo corre na 5.ª Vara Criminal de Curitiba. Razera havia sido solto ilegalmente por uma confusão da Justiça. O cartório judiciário de Campo Largo não comunicou à Vara de Execuções Penais (VEP) sobre o mandado de prisão preventiva que existia contra Razera. O juiz da 5.ª Vara Criminal de Curitiba concedeu um alvará de soltura que foi enviado para a VEP, como lá não constava nada a respeito do processo de Campo Largo, o policial acabou sendo liberado.
Na última quarta-feira o juiz de Campo Largo, Gaspar Luiz Mattos de Araújo, renovou o mandado de prisão preventiva e Razera se apresentou na quinta-feira, depois de viajar para Aparecida (SP) pagar uma promessa feita para que fosse libertado. O advogado do acusado, Luiz Fernando Comegno, disse que seu cliente não poderia ser considerado foragido, já que foi solto por determinação da Justiça.
Também ontem, Comegno apresentou mais um pedido de habeas corpus, que foi negado por Mattos de Araújo. A expectativa agora gira em torno de outro pedido de habeas corpus que Comegno apresentou no último dia 20 ao STJ, que pode liberar Razera para responder o processo em liberdade.
Quando foi detido, no dia 5 de setembro, Razera estava trabalhando na Casa Civil do governo do Estado e se apresentava como assessor do governador Roberto Requião.