Segurança planejou assalto ao shopping

Nem mesmo a inspiração obtida com o filme "Ladrão de Diamantes" – que conta a história de um mestre em roubos – foi suficiente para que dois amigos praticassem um assalto perfeito, na madrugada de domingo, contra o Shopping Estação. Érico dos Santos, 23 anos, comerciante, que contou com a cumplicidade e preciosas dicas do fiscal de segurança do próprio shopping, Hiran de Campos, 29, foi preso horas depois do roubo, em sua residência, no bairro Boqueirão, por investigadores do 2.º DP (Rebouças). Hiran tinha sido detido momentos após o roubo, quando foi descoberta a sua participação. O malote com o dinheiro roubado – R$ 11.200,00 – foi recuperado.

De acordo com o investigador Geraldo, os dois combinaram o golpe, tomando por base as informações privilegiadas que Hiran possuía do sistema de segurança do shopping, já que ele trabalhava há quatro anos no local e conhecia bem o trâmite. No dia do crime (domingo) Hiran estava trabalhando normalmente como segurança e era responsabilidade dele transportar o malote com o dinheiro arrecadado no estacionamento do shopping.

Assalto

Érico chegou com antecedência e foi assistir ao filme "Ladrão de Diamantes" para passar o tempo até o horário combinado para o assalto. Após a sessão de cinema, ele começou a se comunicar com Hiran, através de mensagens enviadas por telefone celular. No momento exato, Hiran e mais um segurança que carregavam o malote de dinheiro pelo shopping foram surpreendidos por Érico, que deu voz de assalto. O rapaz vestia uma balaclava (capuz que deixa apenas os olhos à mostra) e portava uma pistola de brinquedo.

Dentro do combinado, Hiran entregou rapidamente o malote e inclusive chegou a se jogar no chão para demonstrar medo, tentanto não despertar nenhuma suspeita contra ele, segundo relatou o delegado do 2.º DP, Rogério Haisi. Toda a encenação foi gravada pelo sistema interno de câmeras do Estação e a fita foi utilizada como prova.

Depois de pegar o malote, o assaltante saiu correndo, mas foi perseguido pelo outro segurança, que não sabia da "armação". A perseguição seguiu pelas ruas que circundam o shopping e pela Avenida Iguaçu. Quando o ladrão percebeu que seria pego, largou o malote. Todo o dinheiro foi recuperado. Para fugir, Érico entrou em um táxi e pediu para ser levado à sua casa. Para não pagar a corrida, inventou ao taxista que havia sido vítima de assalto.

Prisão

Logo após o roubo, o departamento responsável pela segurança do Shopping Estação reteve todos os funcionários da segurança e encaminhou Hiran à polícia, para relatar a história do assalto. Pelo menos três evidências comprovaram a participação do segurança no crime e ele ficou detido. As provas foram obtidas através do sistema de filmagem do complexo de lojas que mostra a encenação de Hiran no momento do assalto e a entrada de Érico no shopping. Além disso, as mensagens que ficaram nos telefones celulares de ambos e mais uma bolsa que continha o material usado para o roubo (arma e capuz) foram as provas comprometedoras. Diante das evidências, Hiran confessou sua participação. Horas depois, Érico foi localizado em casa e preso.

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