Câmaras de segurança, cabines com vidros blindados para porteiros, portões eletrônicos e monitorados, plataformas giratórias que permitem entregas sem que a pessoa tenha de adentrar ao condomínio. Essas adaptações vêm tornando os condomínios verdadeiras fortalezas contra a ação de bandidos, mas quem entende do assunto atesta que, se o morador não ajudar, de pouco ou nada adiantam para combater a ousadia e a inteligência de quadrilhas que se especializam nesse tipo de crime. Para quem divide o espaço com vários vizinhos, prudência e precaução ainda são as melhores armas.
O vice-presidente do Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi-PR), Dirceu Jarenko, conta que a segurança é atualmente uma das maiores preocupações dos síndicos. Isso porque, segundo ele, os ladrões estão cada vez mais ousados e quase sempre usam de planejamento para atacar um determinado alvo. ?Mesmo assim, eles dependem também de oportunidades que são dadas pelos porteiros ou moradores, por isso, ainda que haja esquema reforçado de segurança, o cidadão tem de se preocupar com a sua proteção e a de seus vizinhos?, enfatiza.
As portarias com visão panorâmica para a rua e câmeras que permitem monitoramento de todas as dependências do condomínio já são realidade em boa parte dos edifícios; guaritas blindadas, grades altas, cercas eletrificadas e as chamadas eclusas (portões duplos nas entradas das garagens) também são algumas das principais adaptações adotadas nos prédios. ?O que a gente percebe é que os edifícios são assaltados quando existe facilidade nos meios de acesso. Se os pichadores conseguem escalar prédios para fazer seus desenhos, no momento em que um ladrão tiver oportunidade, fará o mesmo para assaltar.?
O problema é que, geralmente, eles precisam bem menos que isso para conseguir o que querem. Duas situações de risco são destacadas por Jarenko: a primeira, com relação aos entregadores, prestadores de serviço que levam desde pizzas a remédios e flores – o último grande assalto a um edifício de luxo em Curitiba, há cerca de dois anos, usou da tática deste disfarce para o acesso da quadrilha. A outra é o costume da gentileza, que pode acabar induzindo moradores e porteiro ao erro. ?Às vezes, alguém bem arrumado que chega junto com o morador e pega ?carona? no portão sem ser anunciado pode ser um assaltante. Isso vale inclusive para pessoas de idade e grávidas. Em São Paulo, por exemplo, a estratégia dos ladrões tem sido usar mulheres grávidas pedindo um banheiro ao porteiro?, alerta.
Com relação às entregas, quando não existem os passa-volumes que permitem a colocação do objeto sem contato com o porteiro, ainda vale a velha máxima: ?Nunca deixar o entregador subir ou adentrar ao prédio. Pode ser ruim descer para pegar uma pizza, mas é a atitude ideal para não correr riscos?.
Condomínios usam segurança particular
Outra estratégia de defesa dos moradores de condomínio é contar com segurança particular. Existem grupos treinados para atuar não apenas nos prédios comerciais, mas residenciais também. Quem é do ramo garante que equipamentos modernos aliados a pessoal bem preparado é o conjunto ideal para evitar assaltos – junto com a colaboração dos moradores, claro.
O diretor de operações do Grupo GR, com sede em São Paulo e atuação também em Curitiba, Dalton Pereira, explica que muitos condomínios têm adotado a contratação de profissionais para reforçar a segurança. ?Ficam efetivados nos condomínios. Os candidatos são rigorosamente avaliados e constantemente reciclados no posto de serviço e em sala de aula?, explica o diretor.
O treinamento específico, segundo Pereira, garante um dos tópicos mais importantes na segurança dos condôminos: a identificação precisa de quem entra no edifício. ?O vigia alerta (aparelho que permite a leitura óptica dos dados do veículo) indica que o morador está chegando, mas nada substitui uma triagem bem feita, inclusive sendo necessário muitas vezes o segurança exigir que a pessoa abaixe os vidros para se ter certeza que é ela mesma quem está dirigindo e se não há alguém suspeito no carro?, diz.
O mesmo vale para os identificadores biométricos (por meio de impressão digital). Alguns sistemas inteligentes codificam o identificador para, ao receber a presença do ?dedo de emergência?, que não o cadastrado para abrir o portão, o porteiro seja imediatamente avisado que o morador pode estar sofrendo um assalto ou seqüestro.
Como evitar assaltos:
* Sempre que recepcionar pessoas estranhas, faça-o nas áreas de uso comum do edifício, às vistas do porteiro ou segurança
* Na entrada ou saída de visitantes do condômino, abrir o portão só depois de verificar se não há suspeitos nas proximidades
* Ao chegar ou sair do condomínio, seja a pé ou de carro, ficar de olho se não há pessoas suspeitas nas proximidades. Caso haja, o ideal é esperar ou dar voltas até sentir-se em segurança. Se preciso, chame a polícia
* Alertar a portaria para receber encomendar ou descer para buscá-las;
Nunca deixar entrar pessoas estranhas ou que não morem no prédio sem identificá-las
* Ao contratar empregados domésticos ou babás, por exemplo, sempre recebê-los durante a primeira visita na portaria, exigindo documentação e referências
* Se perder as chaves de casa ou o controle da garagem, troque os segredos imediatamente
* Não deixe cópias de chaves na portaria
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