O taxista Roberto Braunarth, 28 anos, foi vítima de uma bala perdida em frente à danceteria Baila Comigo, no Bairro Alto, no final da madrugada de domingo. O autor do disparo é o segurança da casa noturna, segundo informações obtidas por investigadores da Delegacia de Homicídios (DH). Existe a possibilidade de o segurança ser um policial militar que fazia “bico” no estabelecimento. Diante disso, o serviço reservado da Polícia Militar foi comunicado e passou a trabalhar na apuração dos fatos.

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Na manhã de ontem, o delegado Sivanei de Almeida Gomes, da DH, tomou alguns depoimentos e apurou que o caso ocorreu por volta das 4h45, em frente à casa noturna que fica na esquina da Rua Brasílio de Lara com Avenida Victor Ferreira do Amaral. A confusão aconteceu dentro da boate, envolvendo um casal. Não se sabe por qual motivo, o segurança expulsou o casal. Já na rua, a confusão se estendeu. Com o rapaz expulso caído ao chão, o segurança sacou uma arma, apontou para o rapaz, mas não atirou. Levantou o braço para o lado e disparou um tiro a esmo, provavelmente para assustar o rapaz e fazê-lo sair correndo.

Taxistas amigos de Roberto contaram que ele havia acabado de chegar ao ponto de táxi. Viu a confusão e desviou. Quando manobrava o carro, o Pálio placa APM-5838, para estacioná-lo, foi ferido pelo tiro. A bala passou pelo vidro direito traseiro, transfixou o encosto de cabeça e atingiu a nuca do taxista. Roberto perdeu a consciência e seu carro ficou parado com a ré ligada, em cima da calçada.

O Siate socorreu Roberto levando-o ao Hospital Evangélico. Depois ele foi transferido ao Hospital Nossa Senhora do Rocio, em Campo Largo, onde passou por cirurgia na manhã de ontem.

Demora

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Um dos colegas de profissão da vítima contou que, passada a confusão, as pessoas que ficaram em frente ao bailão demoraram para perceber que Roberto estava baleado. Foram passageiros de outro táxi que notaram o que tinha acontecido. É possível que eles tenham tentado pegar o táxi de Roberto, mas viram o veículo parado de ré na calçada e disseram a outro taxista que o motorista estava dormindo.

Depois do comentário, um dos colegas de Roberto estranhou o jeito que o táxi estava parado e foi verificar. Também demorou um pouco a notar que o amigo estava com um tiro na parte de trás da cabeça. Só ao ver o sangue no chão é que se deu conta do ocorrido e chamou o Siate.

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Policial

Logo que perceberam o taxista baleado, o segurança do bailão, apurou o delegado, tratou de fugir num Ká de cor cinza. A Polícia Civil solicitou ajuda ao serviço reservado da PM, para averiguar a hipótese de o segurança ser um policial militar. “Não temos informações suficientes para afirmar que o segurança era policial. Ainda estamos investigando e vamos ouvir o proprietário do bailão”, disse Gomes. Já os amigos de Roberto foram mais longe e contaram que o segurança seria um PM lotado no 13.º Batalhão.

Roberto era solteiro e morava no Cajuru. Seus colegas contaram que ele trabalhava há anos como taxista e, eventualmente, parava no ponto em frente ao bailão.