Considerada uma das regiões mais perigosas de Curitiba, o bairro Cajuru novamente se destacou pela violência ontem. Em pouco mais de oito horas, três pessoas foram assassinadas a tiros em ocorrências distintas. A polícia ainda não sabe se os crimes estão relacionados e a falta de apoio dos moradores, que temem sofrer represálias, dificulta as investigações.
O último dos três homicídios aconteceu no interior de uma casa, na Rua Leonardo Gelinski, próximo à esquina com a Rua dos Ferroviários, na Vila Autódromo. Foi lá que o jovem Thiago da Mota Malosti, 20 anos, foi executado com cerca de dez tiros, enquanto dormia, pouco depois das 9h. Conforme relatou o soldado Peterle, do 20.º Batalhão da Polícia Militar, ninguém se manifestou sobre o crime, mesmo que tenha acontecido durante o dia e cercado de testemunhas. ?Nem mesmo os familiares da vítima, que estavam dentro da residência, quiseram falar. Disseram que estavam dormindo e não viram nada?, lamentou o soldado.
Só o que pôde ser apurado é que o assassinato foi cometido por dois indivíduos. ?Um homem abriu a porta da casa e os matadores disseram que o problema não era com ele. Então se dirigiram até o quarto e atiraram no Thiago?, relatou Peterle.
Desempregado
A poucas quadras dali, também na Vila Autódromo, o desempregado Vilson Alves, 42 anos, foi baleado e morreu dentro de um veículo, no início da madrugada. Ele estava na Rua Denise Maria Scremin Lau, quando foi surpreendido por alguns indivíduos que se aproximaram e atiraram várias vezes. O corpo da vítima ficou estendido no banco dianteiro do Gol prata, placa JDV-9866.
Bastante emocionada, a esposa da vítima contou aos investigadores da Delegacia de Homicídios que desconhece os motivos e a autoria do assassinato.
Pelo que foi levantado pela perita Solange, do Instituto de Criminalística, Vilson foi baleado duas vezes na cabeça e ainda levou um tiro de raspão no braço direito
Outro
Pouco depois do assassinato de Vilson, a polícia foi acionada para outra ocorrência, desta vez nas Moradias Cajuru, onde tiros foram ouvidos por moradores. Chegando na esquina das ruas João Crysóstomo da Rosa e Vicente Palotti, por volta de 1h30, os policiais se depararam com o corpo do adolescente Thiago Henrique Pereira, 15 anos, caído no asfalto, atingido por dois disparos no rosto.