Final de ano se aproximando, é hora de tirar férias. Mas os dias de descanso podem se transformar em raiva, frustração e desespero no retorno da viagem, quando a família encontra a casa arrombada e dezenas de objetos de valor (financeiro ou sentimental) levados por bandidos.

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A Tribuna conversou com o delegado Francisco Caricati, da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), para saber o que as pessoas podem fazer para evitar a desagradável surpresa.

Várias dicas também foram tiradas da Cartilha de Segurança Residencial, elaborada pela Polícia Militar e disponível no site www.seguranca.pr.gov.br. O delegado diz que o ladrão procura oportunidades e sempre vai escolher o jeito mais fácil.

“Quando eu trabalhava em São Paulo, prendi um ladrão que me disse: não tem lugar que eu não entro. Mas se vejo que tá difícil, nem tento. Vou pra outra”, contou o delegado.

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Uma pesquisa feita pela Polícia Militar mostrou que 48% dos entrevistados (vítimas de furtos ou roubos em suas casas) admitiu que a estrutura da sua residência permitiu a ação do criminoso. Ou seja, é preciso que as pessoas estejam sempre olhando a estrutura da casa, tendo sensibilidade para perceber onde ela está vulnerável.

Muitas vezes, a colocação de uma tranca a mais na porta, um cadeado no portão, passam a sensação ao ladrão que o local é de “difícil acesso” e fazem ele procurar outra mais fácil, já que na maioria das veses eles são oportunistas e sequer carregam ferramentas.

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Em sobrados, os mesmos cuidados tomados com portas e janelas no piso térreo devem ser exatamente iguais com os pisos superiores. Se o bandido consegue alcançar uma sacada, os andares de cima não devem estar vulneráveis.

Alarmes

Para quem tem condições financeiras, o delegado dá algumas dicas que considera fundamentais. A primeira é pagar alguém para ficar na casa, inclusive à noite, enquanto você está viajando. Ou então, pedir a algum parente ou amigo de confiança que lhe faça este favor.

Outra dica muito importante é avisar os seus vizinhos que você está viajando, informando quem são as pessoas que você deixou autorizadas a entrar no local durante sua ausência.

Assim, eles podem monitorar a movimentação e chamar a polícia se perceberem que existe algo errado. Pode ser que, ao redor da sua casa, algum vizinho não inspire confiança. Mas, se vários de seus vizinhos souberem que você está viajando, eles mesmos podem flagrar alguma ação estranha do mal intencionado.

Pra quem tem boas condições financeiras, o delegado aconselha investir em alarmes, cercas elétricas e sistemas de monitoramentos por câmeras. Hoje, existem muitos sistemas que mostram as imagens das câmeras pela internet, e podem ser acessados até mesmo de celulares e tablets.

Em algumas ruas de Curitiba, as imagens de câmeras externas são compartilhadas na internet com todos os moradores da rua. Ou seja, todos monitoram todos.

Para quem tem a situação financeira apertada, o ideal é investir aos poucos, uma quantia por mês, para que, no final do ano, possa viajar tranquilo. Mas a cartilha de segurança da PM alerta: ter alarme não elimina outras medidas de segurança, pois o alarme apenas vai avisar quando já há um intruso na sua casa. Outras medidas, como trancas extras, cadeados e grades, podem evitara entrada do ladrão.

Cães pequenos: melhor alarme

O delegado Francisco Caricati elegeu os cães de raças pequenas como o melhor tipo de alarme que uma casa pode ter. Na opinião dele, os da raça Fox Paulistinha são os que fazem mais alarde, a qualquer barulhinho diferente ou presença estranha, mesmo que seja do outro lado da rua.

“Essa eu aprendi com um amigo que trabalha numa empresa de segurança. Muitas pessoas pensam em ter cães de raças grandes, como o Pastor Alemão ou o Rotweiller, para evitar a entrada de ladrões. Mas a maioria dos cães grandes ficam calados, observando a entrada do intruso. Latem quando já estão muito perto do ladrão e partem para o ataque. Os cães pequenos não oferecem risco físico aos bandidos, mas fazem muito barulho pra qualquer co,isinha que percebem”, diz o delegado.

Ele acredita que ter um cão grande e outro pequeno é a solução ideal. “Um avisa e o outro ataca”, analisa. Várias outras raças também são consideradas “barulhentas”, como o poodle, o pintcher, o yorkshire, etc. O valor de um filhote varia bastante, conforme a raça.

Tenha um “quarto forte”

Para quem não deseja ter um cofre em casa, mas pretende ter um lugar seguro para deixar objetos de mais valor durante ausências prolongadas, um quarto da casa pode ter a segurança reforçada.

Ou seja, toda a estrutura daquele cômodo, como portas, janelas e teto recebem trancas, grades e cadeados. Tudo o que for de valor, deve ser deixado lá. Outra dica são os programas de “Vizinhos Atentos”, já adotados por vários bairros de Curitiba.

Eles consistem em reuniões periódicas entre a vizinhança, não só pra discutir questões de segurança, mas também para que todos se conheçam e alertem para pontos frágeis nas casas de seus vizinhos. Os próprios moradores montam uma vigilância natural no bairro, que identifica a presença de estranhos e mal intencionados.