O criminoso Valdir Saggin, 37 anos, também conhecido como “Dico” e considerado um dos bandidos mais perigosos do Sul do Brasil, está sendo julgado em Joinville (SC) pelo homicídio de dois policiais rodoviários federais. O júri começou às 9h de ontem e deve se estender até a manhã de hoje. É o primeiro julgamento federal realizado naquela cidade e está mobilizando forte aparato da Polícia Federal – inclusive um helicóptero – devido à periculosidade do réu e sua conhecida facilidade em fugas. Saggin, que cumpre pena na Penitenciária Estadual de Florianópolis, é ex-policial militar e protagonizou, no ano passado, um sequestro, seguido de cerco policial, que durou quase dois dias, no bairro Santo Inácio, em Curitiba.
Foragido da Justiça, ele tinha montado uma quadrilha na capital paranaense e liderava grandes assaltos na região do São Braz e Campo Magro.
Saggin era procurado pelas polícias de Santa Catarina e do Paraná quando foi localizado em uma residência no Santo Inácio.
Fugitivo
O cerco ao esconderijo da quadrilha foi feito por 60 policiais federais, militares e do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). Ao se entregar, o bandido saiu falando: “se puder, fujo de novo. Essa é a minha vida”. Considerado um especialista em fugas, ele conseguiu escapar da cadeia de Chapecó (SC) em outubro de 2000, e também da ala de segurança máxima do presídio de Florianópolis, em dezembro de 2001, quando então veio morar em Curitiba. Naquele Estado, ele já é condenado a 35 anos de reclusão.
Julgamento
O júri de Joinville é pelo assassinato de dois policiais rodoviários federais. O crime ocorreu em 13 de abril de 2001. Saggin e o comparsa Pedro Rodrigo Pereira, o “Rodrigão”, viajavam de Curitiba para Itajaí, acompanhados de uma mulher, quando perceberam uma viatura da PRF. “Rodrigão” desviou o carro, quando recebeu ordem dos policiais Rodrigo Zonta de Oliveira e Airton Machado Borges para parar. Durante a abordagem, “Rodrigão” rendeu um dos policiais e Saggin, o outro. Friamente, os dois os executaram a tiros. Saggin confessou o crime quando foi preso por agentes federais, meses depois, e demonstrou orgulho por ter matado policiais federais.