Roubos de documentos chegam a 50 mil em 5 meses

É impossível não conhecer alguém que não tenha sido furtado ou roubado. Mas o problema maior não se restringe a ter que refazer toda a documentação, é ser também envolvido em estelionato.

Criminosos usam cada vez mais documentos furtados para cometer estelionato. Usam para abrir crediário em lojas ou até mesmo para fazer empréstimos em financeiras, mas quem acaba sendo responsabilizado é o dono da documentação.

Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), no Paraná, de janeiro de 2010 até maio deste ano, já foram registrados 51.731 Boletins de Ocorrência (B.O), dos quais 49.053 são relacionados a furto ou roubo de documentos.

No Estado atualmente são 948 processos de estelionato em tramitação nas varas – não incluídos os que estão nos tribunais superiores. Em andamento geral são 1.319 processos por estelionato.

Muitos desses envolvem pessoas que não praticaram o crime, ou seja, são vítimas duas vezes, uma por terem sido roubados/furtados e outra por terem sido envolvidas com estelionato.

Isso ocorre em partes por causa da falta de um sistema integrado entre os tribunais e as Polícias Civis de todo o País. “É uma questão política”, resume o juiz federal Danilo Pereira Junior.

Enquanto se discute a integração do sistema que impedirá que criminosos se utilizem de documentos roubados para a prática de estelionato, pessoas continuam sendo vítimas.

Uma parcela desses documentos acaba nos Correios. Por mês, são achadas cerca de três mil identidades nacionais e estrangeiras. “O que mais chama a atenção é que nem sempre as pessoas procuram esses documentos”, comenta Amarildo Ramos, supervisor da Agência Central dos Correios.

A principal fonte de recolhimento dos documentos são as caixas de coleta, outro são jogados por marginais nos corredores das agências. “O próprio bandido já sabe disso, retira tudo que quer e joga o restante”, relata Ramos.

Para as vítimas um consolo, todas as segundas-feiras é atualizada a listagem dos documentos achados nas agências. Os documentos ficam em posse dos Correios por 60 dias, após esse prazo são encaminhadas para os seus emissores. Apenas 10% deles acabam sendo recuperados pelos portadores.

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