Após circular a informação de que o chamado “patrão” do tráfico da Cidade Industrial de Curitiba, Diandro Claudio Melanski, de 38 anos, teria sido morto a mando do antigo “dono” da região, ele se apresentou à Polícia. Éder Conde comandava o bairro em 2010, mas nesse mesmo ano ele foi preso pela Polícia Federal e substituído por Diandro, o que teria gerado uma rixa entre os dois.
Éder se apresentou espontaneamente à Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa na tarde dessa terça-feira (5). “Ele chegou aqui dizendo que veio por causa do que tem sido veiculado na mídia”, explica o delegado José Vitor Silva Pinhão, que conduz o caso. “O álibi dele é um orçamento para uma festa que ele diz que estava fazendo na hora da morte do Diandro”.
Sem elementos que ligassem Éder ao assassinato do traficante para justificar uma prisão, ele foi liberado após prestar depoimento. Mas a Polícia Civil não descarta qualquer linha de investigação. “Todas as possibilidades estão sendo levantadas e apuradas”, esclarece o delegado. “Só o que se pode dizer, por enquanto, é que a disputa por território é a principal hipótese para a morte do Diandro, pela forma como aconteceu: foram vários tiros e nenhum objeto ou dinheiro foi levado”.
Agora, a Polícia apura se a versão dada por Éder é verdadeira.
Solto
Éder Conde saiu da cadeia em 2015, mas depois foi preso de novo pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, por usar policiais como segurança. Atualmente, ele cumpre pena em regime aberto, “o que significa que, em tese, ele pode sair de casa para trabalhar, mas deve se recolher à noite”.
Além de depor, Éder também se comprometeu a comparecer para mais esclarecimentos caso seja necessário. A Tribuna do Paraná tentou, mas não conseguiu contato com o advogado dele, Dalton de Lara Conde.
Crimes ligados
A DHPP não confirma a ligação entre a morte de Diandro, na tarde dessa segunda-feira (4), e a do jovem Gabriel Krusch da Cruz, de 18, também na CIC, no domingo (3). Os rumores são de que Gabriel, que foi assassinado a tiros, era parceiro de Diandro e que a morte deles teria alguma relação.
Gabriel caiu morto em frente a uma lanchonete na rua João Krul. Segundo testemunhas, ele ainda tentou fugir do atirador, mas, como tinha sido baleado na perna algumas semanas antes, não conseguiu ir muito longe. Contra ele pesavam dois mandados de prisão.