Sete pessoas registraram boletim de ocorrência nesta semana contra a revenda Tigrão Veículos, instalada na Rua Lupionópolis, Sítio Cercado. As vítimas deixaram o carro para vender e, quando foram cobrar a dívida, descobriram que os veículos foram levados e a loja fechou.
Uma das vítimas, que pediu para não ser identificada, financiou o Gol placa ASC-0687 em 52 prestações de R$ 523. O rapaz pagou oito parcelas e não teve condições de pagar o resto. Para quitar a dívida com o banco, deixou o Gol para vender na Tigrão Veículos, em 13 de maio.
Contrato
No contrato, registrado em cartório, a empresa se comprometeu a quitar o carro em até 30 dias. Porém, até ontem, nenhuma prestação foi paga. Os proprietários da revenda entregaram apenas R$ 1.500 para a vítima, referente às prestações pagas.
Depois de receber várias cobranças do banco, a vítima foi à loja. Na segunda-feira, alguns carros estavam no pátio, mas o portão estava fechado e não havia ninguém no estabelecimento. No dia seguinte, o pátio estava vazio. O rapaz conversou com vizinhos e descobriu que todos os veículos foram retirados à noite e que outras pessoas procuraram pelos proprietários.
“Fui honesto, quis acertar a dívida com o banco e, numa hora dessas, a gente fica sem o chão com um golpe desses. Fiquei sem o carro e com a dívida”, lamenta o rapaz.
Placas
Ele procurou a Tigrão Veículos por indicação de um amigo, que tinha deixado o Uno placa AUE-6127 para vender. Este amigo também não recebeu o valor do carro e não localizou mais o Uno. De acordo com o delegado Marco Antônio de Góes, mais cinco pessoas registraram boletim de ocorrência no 10.º Distrito Policial.
São procurados o Strada placa DDH-9370, o Golf placa LWZ-3092, o Corsa placa DBQ-7862, e o Ka placa GUA-2881. Um Santana, que havia sido vendido para o dono do Strada foi encontrado. A maioria dos carros era financiada.
Quem estiver com os carros deve ir ao 10.º DP. “Não significa que essas pessoas vão perder o veículo. Elas devem comparecer agora, para não responder futuramente por receptação”, explica o delegado.
Marco Antônio tem a identificação do homem que assinou os contratos, mas ele não foi localizado. Se o suspeito não se apresentar nos próximos dias o delegado pedirá o mandado de prisão dele. O nome não foi divulgado para, segundo o delegado, não atrapalhar as investigações.
Tramóia não é nova
Golpes semelhantes deixaram vários donos de carro de mãos abanando em Curitiba, nos últimos anos. Em 2008, pelo menos 40 boletins de ocorrência foram registrados contra a Emily Car, no 2.º Distrito Policial. A loja ficava na Avenida Silva Jardim, Rebouças. As vítimas alegaram que deixaram os carros em consignação e não receberam o dinheiro da venda dos veículos.
Em outubro de 2011, Braz Alves Correia, Luiz Carlos Budnievski e Emilia Budnievski, proprietários da empresa, foram condenados a 2 anos e 4 meses em regime aberto e pagamento de multa por estelionato.
Duas
Outro golpe foi no início do ano passado. Mais de 70 boletins de ocorrência foram registrados na Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas contra duas empresas: JJ Motors e Kakareko Veículos, que ficavam na Rua Anne Frank, Boqueirão. Os proprietários eram acusados de pagar pelos veículos consignados com cheques sem fundo. E.Z., J.E.T.B. e Jackyline Elky Ferreira do Nascimento, filha de uma apresentadora de televisão, foram presos e liberados dias depois para responder em liberdade. Também consta como réu neste caso W.D.R.S.. A audiência de instrução e julgamento está marcada para as 13h30 de 28 de agosto.
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