Foi adiado mais uma vez o julgamento dos policiais civis, acusados de cometer crimes relacionados à morte do estudante Rafael Zanella, ocorrida em 28 de maio de 1997. Ontem, somente o promotor, os jurados, parentes da vítima e jornalistas compareceram ao julgamento, que estava marcado para começar às 9h.
O promotor Marcelo Balzer Correia informou que o julgamento foi adiado na tarde de anteontem, por determinação do juiz substituto Ronaldo Sansone Guerra, da 2.ª Vara Criminal.
Em sua decisão, Sansone alegou que um dos acusados – o delegado Maurício Bittencourt Fowler – já havia entrado com a exceção de suspeição contra ele, como juiz, em razão de suas declarações dadas à imprensa, após tomar conhecimento que dois advogados de defesa haviam entrado com pedido de adiamento, protocolando atestados médicos. Fowler também ingressou com mandado de segurança para suspender seu julgamento, sob alegação de que o juiz negou vista dos autos a seu advogado. ?Além disso, o réu Carlos Henrique Dias (escrivão) já havia entrado com pedido de desmembramento do júri, alegando que sua defesa é conflitante com os demais réus?, frisou Balzer.
Ele disse que, a princípio, ontem só seria julgado o policial civil Daniel Luís Santiago Cortes. ?O juiz, já verificando que essa exceção de suspeição poderia ser argüida por este réu também, para evitar a realização de um julgamento que poderia vir a ser anulado, resolveu adiar todos?, comentou.
Data
Para não prolongar ainda mais o julgamento dos acusados, o promotor sugeriu que quatro julgamentos, inclusive o do delegado-geral adjunto da Polícia Civil Francisco Batista Costa, fossem marcados para os meses de setembro e outubro. ?Inclusive sugiro que os defensores escolham as datas para não alegarem novamente impossibilidade de fazer o júri, antes que os crimes prescrevam.? Elizabetha Zanella, mãe da vítima, repudiou a decisão. ?Este julgamento está sendo protelado. Para nós da família é um desgaste muito grande. Só queremos ver o fim disso tudo?, desabafou Elizabetha.
