Os quatro réus acusados da chacina de Piraquara, ocorrida em 23 de abril de 2011 e que matou cinco pessoas, entre elas o ambientalista Jorge Roberto Carvalho Grando, foram inocentados. A sentença, proferida pela juíza Vivian Cristiane Eisenberg de Almeida Sobreiro, foi publicada ontem no Diário Eletrônico de Justiça. A absolvição já era esperada, já que foi recomendada pelo Ministério Público, diante da falta de provas concretas contra os acusados. O processo volta à delegacia de Piraquara para reabertura de investigações.

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Segundo os advogados dos réus, ainda há, no mínimo, quatro linhas de investigação sem análise. A mais forte delas, acreditam amigos e familiares de Jorge, é relacionada ao ativismo ambiental dele, já que depois que ele morreu, várias grandes obras surgiram em áreas de proteção ambiental que ele lutava para manter intactas, em Pinhais, município onde era funcionário concursado e chegou a ser secretário de Meio Ambiente.

Vítimas

Além de Jorge, morreram o irmão Antônio Luís Carvalho Grando, o empresário Gilmar Reinert, o agente penitenciário Valdir Vicente Lopes e o vizinho Albino Silva. Segundo investigações da época, a mandante do crime seria a ex-mulher de Jorge, Derise Farias Pereira Grando, que estava separada do ambientalista e estaria interessada em pegar o suposto dinheiro da venda de um terreno. Cheque de R$ 6 mil sumiu da residência dos Grando no dia da chacina, mas o documento nunca foi descontado. As cinco vítimas foram encontradas amarradas e executadas com tiros na cabeça, dentro da casa de Antônio.

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Na versão investigada pelo delegado Amadeu Trevisan, na época, Derise contratou Edival de Souza da Silva para cometer o crime que, por sua vez, chamou os irmãos Adilson Rocha e João Carlos da Rocha para ajudá-lo. Segundo parecer do MP mais tarde, as provas amealhadas no inquérito policial não foram suficientes para colocar os quatro suspeitos no local do crime. A prova mais robusta do inquérito era uma pessoa dizendo que achava que os quatro eram os suspeitos. No entanto, a testemunha voltou atrás na fase de processo penal, e disse que não sabia de nada.

Os quatro réus têm agora direito de processar o Estado. No entanto, Derise disse através de uma amiga, que conversou com a Tribuna há algumas semanas, que prefere esquecer o caso e nunca mais tocar no assunto. Com medo do que podem encontrar pela frente, nem ela, nem ninguém da família ou do círculo de amizades dos irmãos Grando voltou à chácara onde ocorreu o crime.

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