Oitocentas e cinqüenta e duas baterias (pesando 35 toneladas), usadas em antenas de telefonia celular, avaliadas em R$ 1,5 milhão, foram apreendidas ontem por policiais da delegacia do Alto Maracanã, em uma casa na Rua Saulo Ferrarini, 166, em Colombo. Cláudio Vieira de Souza, 34 anos, foi autuado em flagrante por furto, pelo delegado Hamilton Cordeiro da Paz, titular da DP. O preso confessou os furtos das baterias e disse que pretendia revendê-las como lixo reciclável.
Os furtos começaram no início do ano em torres das quatro redes de telefonia móvel do Paraná, sendo que a Tim comunicou o primeiro caso em fevereiro, em uma das antenas, em Curitiba. "Para furtar as baterias, ele usava uma furadeira e arrancava a fechadura. Depois entrava nos contêineres e as retirava", contou o delegado.
Fim de tarde
Cláudio, rei das antenas. |
Segundo as investigações, Cláudio encostava o Fiat Uno branco próximo a antena e entrava tranqüilamente, sem que ninguém percebesse o que ele estava fazendo. Ele costumava agir entre 17h e 18h. Para azar dele, uma pessoa que reside próximo de uma antena, viu o Fiat Uno estacionado e anotou a placa. "Quando foi constatado o furto, esta testemunha avisou a operadora de celular, que nos passou a placa e chegamos ao suspeito", informou o delegado.
Ao chegarem na casa de Cláudio, os policiais viram na garagem diversas baterias de três tipos diferentes. "Estas pequenas, parecidas com as de veículos, pertencem à Tim e à Vivo. As da Brasil Telecom são os módulos e as da Claro, pesam entre 13 e 120 quilos cada", explicou o delegado. "Devido ao peso, não acreditamos que o Cláudio agia sozinho. Provavelmente tem outras pessoas envolvidas."
De acordo com funcionários de uma das empresas de telefonia, cada torre de celular contém entre quatro a 16 bateiras, dependendo do modelo. "Elas servem para suprir a falta de energia elétrica e não deixar o usuário sem serviço. Estimamos o prejuízo de R$ 1,5 milhão, referindo apenas ao material reposto, mas não contabilizamos o que deixamos de ganhar com a falta do serviço", frisou o funcionário.
Cláudio alegou que iria revender cada bateria por R$ 0,90 e garantiu que agia sozinho. Mas a confissão não convenceu a polícia, que acredita que outros pessoas estão envolvidas, inclusive um grande receptador.