Rebelião de presos tomou conta de uma das galerias da Penitenciária Central do Estado, no Complexo Penitenciário em Piraquara, por volta das 13h de sexta-feira (14). Além de um agente ter sido feito refém, como aconteceu nas últimas 10 rebeliões, desde dezembro, nesta os presos também dominaram outros dois presidiários e ameaçaram todos de morte.
O motim só foi encerrado por volta das 19h30. Policiais militares do Comandos e Operações Especiais (Coe) comandaram as negociações e receberam apoio de um ônibus cheio com PMs da Polícia de Choque. A exemplo das revoltas anteriores, os presos pediam transferências. No entanto, desta vez, eles queriam ser removidos para outras unidades, dentro do próprio complexo de Piraquara.
Cerca de 40 detentos estavam andando livremente dentro da galeria e 15 deles queriam ser levados à Penitenciária Estadual do Estado (PEP) II. Eles tiveram êxito com a rebelião e foram removidos. Todas as visitas de familiares foram canceladas, até mesmo para unidades que não estavam sofrendo com o motim. Muitas esposas e mães de presos estavam no portão pedindo informações e tentando entregar comida e produtos de higiene pessoal aos filhos e maridos. Entretanto, tiveram que dar meia volta após horas de espera.
A tensão no complexo vem se arrastando nos últimos quatro meses de maneira contínua e dramática. No total, segundo informações do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), contando com a rebelião iniciada ontem, 14 agentes foram mantidos reféns neste período. O motivo da revolta dos presos sempre foi a transferência para outras cidades, onde estão seus familiares.
Fugas
Alguns agentes procuraram a reportagem no portão do complexo penitenciário e revelaram que as fugas de presos tem se tornado recorrente, principalmente na Penitenciária Estadual de Piraquara II (PEP II). A situação se agravou, de acordo com eles, devido à falta de estrutura para vigilância do complexo. “No carnaval, seis presos fugiram.
Mas esse número fica ainda maior se somadas às fugas que aconteceram desde o começo do ano. Foram dezenas de presos que conseguiram liberdade, mais de 70. Em algumas vezes, faltou gasolina nos tanques das viaturas para ir atrás deles”, disse um agente, que pediu para não ter o nome divulgado. A denúncia foi confirmada por vários outros colegas que faziam guarda na entrada do complexo. A Seju não se posicionou sobre as denúncias.