O Tribunal do Júri de Curitiba promoveu ontem o primeiro júri digital do País. Os depoimentos de um caso de homicídio, ocorrido em 31 de agosto de 1996, foram gravados por uma câmara digital e depois passados para CDs digitais. O procedimento reduziu sensivelmente o tempo de duração do julgamento, pois toda a parte de digitação dos depoimentos das testemunhas e do depoimento inicial do réu foi eliminada com a gravação. A sessão, que começou às 9h, se encerrou às 17h10 com a leitura da sentença do réu Pedro Valdir Esperança. Se fosse realizado da forma convencional, a previsão é de que o júri se estendesse pelo menos até as 21h.
A iniciativa do júri digital partiu da promotoria que, dado o sucesso da sessão de ontem, pretende continuar com este procedimento sempre que possível, para agilizar e modernizar as sessões do Tribunal do Júri.
As gravações foram feita após consentimento dos jurados e da defesa do réu. Atuaram neste caso o promotor de Justiça Celso Luiz Peixoto Ribas, o juiz Fernando Ferreira de Moraes e o defensor público Jucimar Moura dos Santos.
Condenação
O homicídio julgado ontem teve por vítima o mecânico Osmail de Souza Neto, 29, que foi assassinado no interior do Bar do Furlan, na Rua Artur Martins Franco, Fazendinha. Osmail foi baleado por Pedro Valdir Esperança em 31 de agosto de 96. O acusado, que fugiu do local depois de atirar no mecânico e tentar balear também o dono do bar, respondia por este homicídio em liberdade, mas estava preso por outros crimes cometidos. Pela morte de Osmail, Valdir foi condenado a sete anos de reclusão em regime fechado, conforme a sentença do juiz Fernando Ferreira de Moraes.