Os dias de “xerife” do novo conjunto habitacional popular da Rua Paulo Kulik, Santa Cândida, terminaram ontem para Fernando Paulus dos Reis, 24 anos. De acordo com o relato de moradores, ele andava pela região ostentando pistola na cinta e segurando um cão feroz pela corrente, para se impor mediante violentas ameaças.

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Porém a polícia estava de olho no condomínio, destinado a famílias resgatadas de áreas de risco, para evitar que, além dos moradores, a criminalidade migrasse das invasões. Conseguiram prender Fernando com uma pistola roubada da Polícia Militar, além de aproximadamente um quilo de crack, 250 gramas maconha, balança de precisão e munições de diversos calibres.

Chegada

No fim da tarde, algumas equipes do 20.º Batalhão da PM rodaram pela região do conjunto, quase na divisa com Colombo, e abordaram cinco jovens em uma esquina. Nenhum problema foi encontrado, mas os policiais descobriram que Fernando, conhecido como “Testa”, estava nas proximidades. Conseguiram abordá-lo quando ele chegava de carro, com a companheira no banco do carona.

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“Ele tinha uma balança de precisão no veículo e, no apartamento, encontramos as drogas, arma e munições. Bancava o xerifão, mas acabamos com isso”, comentou o soldado Júnior, do 20.º BPM. Questionado sobre a origem da arma, Fernando disse que a comprou de um amigo, mas se negou a dizer o nome do vendedor. A pistola, calibre 40, já estava com a numeração raspada, mas os PMs confirmaram que foi levada de um policial do 17.º BPM.

Fernando foi encaminhado ao Ciac-Sul, e autuado por tráfico de drogas e porte ilegal de arma. Ele tinha duas passagens pela polícia. “Soubemos que ele costumava traficar perto de uma faculdade, que fica em frente à invasão onde morava, no Campo Comprido”, disse Júnior.

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Ação pra limpar a área

Desde que os conjuntos habitacionais do Santa Cândida começaram a ser ocupados por moradores, que vieram principalmente de áreas irregulares da zona sul da cidade, a Polícia Militar enfrenta o desafio de barrar criminosos camuflados entre as pessoas de bem.

Os condomínios foram inaugurados no fim do ano passado. A construção foi feita em parceria com a Caixa Econômica Federal, por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. Os prédios têm capacidade total para cerca de mil famílias. Os apartamentos foram destinados a pessoas que residiam em áreas de risco ou que estavam inscritas no cadastro da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab).