O repositor de mercadorias Geovane Neto, 21 anos, nem bem começou mais um dia de trabalho e foi surpreendido por seus matadores. Por volta das 7h45, dois homens armados entraram no mercado, situado na Rua Sebastião Alves Ferreira, Bairro Alto, e se dirigiram até o jovem. Sem ter para onde fugir ou se esconder, Geovane foi atingido por dois tiros na cabeça e na barriga, e morreu entre as prateleiras. Depois dos disparos, os matadores saíram correndo e subiram numa motocicleta, provavelmente uma CG-125, e fugiram. De acordo com o tenente Baran, do Regimento da Polícia Montada (RPMont), não foi possível identificar os assassinos e nenhuma testemunha chegou a anotar a placa da motocicleta.
Segundo familiares da vítima, Geovane não tinha problemas no bairro. "Apenas estudava, trabalhava e visitava a namorada. Essa era a rotina dele", contou o pai, bastante desolado.
No local várias versões foram dadas para a morte do jovem. A mais provável foi relatada pela namorada de Geovane, de 16 anos, que está grávida do rapaz. Segundo ela, na noite de ontem, um conhecido da vítima pediu para que Geovane o levasse de motocicleta para comprar entorpecente em um ponto de venda de drogas. Mesmo sem ser usuário de drogas, a vítima teria concordado com a carona e talvez esse envolvimento tenha causado a sua execução.
Outras duas hipóteses foram aventadas. A primeira, de que Geovane teria se envolvido em uma discussão ou briga, no bairro Batel, no início da noite de domingo, em decorrência da comemoração do resultado do Atletiba (decisão do campeonato paranaense). Ele teria tentado defender um adolescente que estava apanhando. A outra possibilidade apresentada é de que um ex-namorado da atual namorada de Geovane seria um dos autores do crime. Essa versão, porém, foi descartada pela menina, que afirmou que o seu "ex" estaria preso e, portanto, não poderia ter cometido o crime.
A versão que aponta o tráfico de drogas por trás de mais esse homicídio ganha força a partir da constatação de que o Bairro Alto é uma região conhecida pela venda de entorpecentes, principalmente devido ao limite com Colombo, outra área onde o tráfico de entorpecentes é crítico.