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Na periferia de Piraquara, são
muitos os casos de morte.

Mais um crime é cercado pelo silêncio no Jardim Guarituba, em Piraquara. Márcio Soares Lima, 21 anos, foi executado com três tiros no peito, nas proximidades de um bar da Rua Eucaliptos, às 18h45 de quinta-feira. Apesar de ainda haver luz solar, ninguém se dispôs a dar informações que ajudassem a polícia a descobrir o nome do criminoso.

No local, policiais militares do 17.º Batalhão tentaram conseguir alguma pista, mas foi somente durante a investigação que a delegacia do município teve uma hipótese levantada. De acordo com comentários, Márcio teria se desentendido com traficantes da região. "Não é uma informação conclusiva, mas é uma pista com a qual trabalhamos", disse o superintendente da delegacia, Valdir de Córdova Bicudo. De acordo com registros da Polícia Civil, Márcio já tem passagem por assalto, no 6.º Distrito (Cajuru).

Próximo ao corpo, foram recolhidos seis cartuchos para pistola, calibre 380, indicando a arma usada para matar o rapaz. Segundo levantamentos da polícia, duas pessoas atacaram Márcio e uma delas teria saído do bar, a poucos metros de onde o crime foi cometido. Mesmo assim, nenhuma característica dos assassinos foi repassada aos policiais.

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Problema

O Guarituba, junto com o Jardim Holandês e Guaritubinha, abriga 42 mil habitantes. A maior parte deles vive em condições precárias, sem infra-estrutura de esgoto, ruas asfaltadas, educação e saúde. A pobreza se acumula naquele local, também devido à proximidade com o complexo penitenciário do Estado. "Muitos familiares de presos migram para cá, na maioria das vezes, sem estrutura financeira para se manter", comentou Bicudo.

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Dessa forma, o preso que foge ou sai por alvará das penitenciárias ou da Colônia Penal Agrícola, volta para o convívio de seus parentes. "Ele vê a família passando necessidade e apela para a criminalidade para conseguir dinheiro", analisou o superintendente. Segundo ele, a falta de infra-estrutura urbana, de escolas e creches, ajuda a aumentar a violência.

Bares

Outro fator que colabora com o número de crimes registrados naquela região, conforme levantado pelo policial, é a quantidade de bares clandestinos existentes. Em uma avaliação preliminar foram contados 150 naquele bairro. "Esses lugares se transformam em ponto de encontro para tráfico, propiciam brigas e, mesmo o cidadão honesto acaba prejudicado, pois pode ser roubado por pessoas que o vêem desembolsando algum dinheiro", concluiu Bicudo.