Vítima de armadilha, Alessandro Inocêncio Bernardes, o “Locomia”, 28 anos, foi brutalmente assassinado, em Almirante Tamandaré. Amordaçado e com as mãos e pernas amarradas, ele foi encontrado morto, com o rosto completamente desfigurado, no início da tarde de segunda-feira, em um matagal da Rua Alfredo Andrade, no bairro Bonfim. Familiares suspeitam que o crime pode ter sido “queima de arquivo”.

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“Locomia” prestava serviços como repórter fotográfico para um jornal local e trabalhava à noite como segurança da prefeitura de Campina Grande do Sul, onde morava.

Na sexta-feira, estava de folga e recebeu, em casa, um telefonema em seu celular. Alguém queria se encontrar com ele nas proximidades do terminal do Cachoeira, em Almirante Tamandaré. “Alessandro era ingênuo, não tinha maldade e acreditava nas pessoas”, lembrou a irmã dele, Suzana.

Reportagens

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Por volta das 19h30 de sexta-feira, “Locomia” pegou um ônibus e foi até o endereço combinado. Não se sabe o teor de sua conversa pelo telefone, mas o rapaz saiu de casa com uma muda de roupas, o celular e uma pasta com todas as reportagens que tinha feito pelo jornal.

No início da tarde de segunda-feira, seu corpo foi encontrado no matagal. De acordo com relatório do Instituto Médico-Legal, o rapaz foi agredido até a morte. A polícia acredita que o crime aconteceu em outro local e o corpo foi largado no mato. Os pertences da vítima sumiram.

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Parentes de Alessandro estão convictos que ele foi morto porque sabia de algo que incomodava alguém. “Ele não usava drogas, não frequentava bares”, declarou a irmã. O caso será investigado pela delegacia de Almirante Tamandaré.

Ameaças

O motivo do assassinato ainda é desconhecido para a família, mas algumas hipóteses já foram levantadas. A irmã de “Locomia” lembrou que, no feriado de Ano Novo, ele foi ameaçado de morte por um homem, que apontou uma arma contra a cabeça do rapaz. “Ficamos sabendo que essa pessoa estava presa e saiu da cadeia há poucos dias”, disse.

Familiares também comentaram, durante o sepultamento no Cemitério de Campina Grande do Sul, que “Locomia” teria recebido denúncia envolvendo um policial.

“Ele não falava nada para a gente, mas tinha bastante contato com o pessoal das rádios”, disse o tio da vítima, Delfino Rodrigues de Oliveira, que morava com “Locomia” há 25 anos.