| Foto: Alberto Melnechuky |
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| Ivo foi atendido, mas acabou morrendo a caminho do hospital. continua após a publicidade |
Troca de tiros em novo confronto envolvendo suspeitos e policiais militares terminou na morte do açougueiro Ivo Bortoti Paula, 22 anos, na madrugada de ontem, na Cidade Industrial de Curitiba. Ele foi baleado por volta da 1h30, na Rua Gerônimo de Souza Sobrinho, Vila Nossa Senhora da Luz.
De acordo com a polícia, uma equipe da viatura 7533, do 13.º Batalhão da Polícia Militar, em patrulhamento na região, abordou um grupo. Ao perceber a presença da polícia, Ivo teria fugido e atirado quatro vezes contra a viatura, acertando um dos disparos. Na reação, os policiais dispararam e atingiram Ivo. Socorrido, ele foi encaminhado ao Hospital do Trabalhador, onde chegou sem vida.
O comandante do 13.º Batalhão, tenente-coronel Carlos Alexandre Scheremeta, informou que as providências já foram tomadas. ?Determinamos o afastamento imediato dos policiais envolvidos e um Inquérito Policial Militar já foi instaurado. Eles serão submetidos a avaliação psicológica para que possamos saber em que circunstâncias ocorreu o confronto e a exames toxicológicos. Até que tudo seja resolvido farão serviços internos?, explicou o comandante. Além disso, o revólver calibre 38, que estava com Ivo, foi apreendido e a viatura policial foi encaminhada ao Instituto de Criminalística, para que seja feita a perícia.
Mortes
Ivo foi a terceira pessoa a morrer em confronto com a polícia neste mês. No final da tarde de 7 de março, no Parolin, Gilberto Messias, 20 anos, foi baleado na Rua Rubens Elke Braga após reagir à abordagem. Gilberto e dois comparsas estariam assaltando um homem, que gritou por socorro. Assustados, ele fugiram e atiraram quatro vezes contra a vítima, errando os disparos. Quando os policiais militares, do 12.º Batalhão, chegaram à região e viram o grupo armado, tentaram abordá-lo, mas foram recebidos a tiros. Na reação, Gilberto foi atingido e morreu no hospital.
Outro confronto que resultou em morte aconteceu no último dia 13, em Almirante Tamandaré.
O porteiro Jacir Lourenço, 37 anos, foi ferido com um tiro na barriga por policiais da Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone). Segundo a polícia, ele portava uma garrucha e teria atirado contra a viatura. Em ambos os casos, foram instaurados inquéritos para apurar em quais circunstâncias os homens morreram.
Presos
Na semana passada, quatro policiais militares do 17.º Batalhão foram presos em flagrante após agredirem o dentista Frederico Ribeiro Deliberador, 24 anos, em Almirante Tamandaré, durante abordagem, devido a uma infração de trânsito.
Mais dois em fevereiro
Márcio Barros
Em fevereiro, outros dois casos foram denunciados. Na madrugada do dia 17, o pedreiro Edson Elias dos Santos, 28 anos, foi morto no Largo da Ordem com seis tiros nas costas e dois na barriga. A polícia afirma que a vítima reagiu à abordagem da PM a tiros.
O outro caso aconteceu na madrugada do dia 25 e a vítima, Felipe Osvaldo da Guarda dos Santos, 19 anos, foi fuzilada, quando voltava de uma festa no carro da sua mãe. A PM afirma que Felipe tentou fugir e atirou, com um revólver calibre 38, lixado, contra os policiais, provocando o revide. A família do rapaz disse que era ameaçada de morte por PMs, antes mesmo do homicídio.
Os policiais envolvidos nesses casos foram afastados de suas funções na rua e foram abertos inquéritos para esclarecer os supostos confrontos.