Quase nada sobrou da casa |
Matar foi pouco para os assassinos de um rapaz identificado como "Rafinha". Como um macabro troféu, os autores levaram a cabeça e incendiaram o corpo e a casa da vítima, na Rua Antenor de Souza, Vila Centenário, Cajuru. É mais um crime atribuído ao tráfico de drogas.
A casa de alvenaria começou a arder por volta das 5h de ontem. Duas viaturas do Corpo de Bombeiros foram acionadas para combater as chamas. Durante o trabalho descobriu-se o bárbaro crime: o corpo da vítima, enrolado num cobertor, estava na cozinha, em frente ao fogão.
Com o cadáver já carbonizado, a Polícia Científica não pôde descobrir, de imediato, a causa da morte. Mas a cabeça não estava junto ao corpo e, apesar das buscas da Polícia Militar e Delegacia de Homicídios, ela não foi localizada dentro da casa nem ao redor e tampouco junto à linha férrea que passa quase ao lado.
O nome de "Rafinha" foi revelado por um parente de Luiz Carlos de Souza, que era proprietário da casa. Segundo a testemunha, Luiz Carlos e a vítima fumavam crack juntos dentro da residência até momentos antes do crime. O proprietário, mais tarde, disse à Polícia Militar que fugiu porque os assassinos queriam matá-lo também – o motivo seria uma dívida de droga.
Em frente à casa, a polícia recolheu um estojo de pistola calibre ponto 40. A Delegacia de Homicídios irá ouvir Luiz Carlos para registrar sua versão – a hipótese de que esteja envolvido com o assassinato não está descartada.
Leva 12 tiros ao instalar novo ponto de drogas
A disputa por pontos de venda de droga teria custado a vida de Marcelo José Pirrotti, conhecido como "Chinês", 22 anos. Dois ocupantes de um Santana azul perseguiram a vítima pela Rua Adílio Ramos, Bairro Alto, e a executaram com 12 tiros de pistola, às 19h30 de domingo. Os autores seriam membros de uma facção que estaria tentando se instalar no tráfico do bairro.
Marcelo já esteve preso sob acusação de porte ilegal de arma e era o irmão mais novo de Marcos Antônio Pirrotti, 29 anos, o "Marcão", que está com prisão preventiva solicitada pela delegacia de Pinhais, acusado de tráfico de drogas e de encomendar assassinatos. Porém a prisão foi relaxada através de habeas corpus concedido pelo Tribunal de Alçada. "Marcão" foi uma das testemunhas ouvidas pela PM e Delegacia de Homicídios.
Moto furtada
Marcelo, que morava na região, estava parado com a moto Twister ALA-8392 – veículo com registro de furto – na esquina das ruas Adílio Ramos e Albino Kaminski. Assim que viu dois homens descendo armados de um Santana azul, quatro portas, a vítima largou a moto e correu.
Os assassinos, usando uma pistola calibre 7.65, acertaram o primeiro tiro nas costas de Marcelo. O rapaz ainda seguiu correndo e buscou refúgio pulando o muro de uma residência, que tinha placa de "aluga-se" e estava trancada. Do portão, a dupla atirou mais de uma dezena de vezes, atingindo a vítima no rosto, barriga, braço e pescoço. Marcelo morreu na hora, no jardim da casa.
A Delegacia de Homicídios apurou os apelidos de dois acusados. Moradores de Colombo, ambos teriam sido sócios de Marcelo na revenda de drogas, mas se desentenderam com a vítima, pela suposta instalação de um ponto no bairro, sem consentimento prévio. A Polícia Civil investiga uma possível relação entre a morte de Marcelo e o triplo homicídio ocorrido ontem de madrugada, em Colombo.