Em nome de uma inscrição ilegível, um pichador perdeu a vida quarta-feira à noite, no Tarumã. O jovem não identificado, de aproximadamente 20 anos, despencou de uma altura de 18 metros e caiu no solo de um barracão, à margem da BR-476, em frente à Sociedade Hípica. Ele foi encontrado morto às 8h20 de ontem, quando um funcionário entrou na construção.
A vítima, em companhia de um colega, pichava a fachada do barracão, de frente para a rodovia. A movimentação acionou o alarme ligado à empresa de segurança Auxiliar Serviços, às 22h45 de quarta-feira. “Quando o carro da vigilância apareceu, os rapazes correram pelo telhado”, relatou o soldado Brasil, do Regimento de Polícia Montada.
Queda
O peso de um deles rompeu uma telha de acrílico, provocando a queda. A vítima ainda levantou-se, cambaleou no escuro por cerca de 20 metros e caiu definitivamente. A perita Vilma Benkendorff, da Polícia Científica, confirmou que o impacto no solo foi a provável causa da morte. “Houve hemorragia interna”, avaliou. Duas bicicletas usadas pelos jovens ficaram largadas no pátio.
José Barbosa dos Santos, o funcionário que encontrou o corpo, disse que o barracão foi alvo de pichações pela terceira vez. “Eles trazem uma escada para subir ao telhado e usam rolos de pintura presos em cabos de vassoura”, disse José. Tudo para escrever desenhos e símbolos estranhos – naquele feito parcialmente quarta-feira, só se conseguia identificar a palavra “espanto”.