Uma criança foi poupada em um crime que chocou moradores do Sítio Cercado, por volta das 2h desta segunda-feira (30). Policiais militares foram procurados por um taxista, chamado por uma menina, de 6 anos, que dizia que a família tinha sido morta. Ao chegar à casa, na Rua Jardim Alegre, Vila Osternack, os policiais encontraram corpos em cômodos diferentes da residência. Todos executados com tiros na cabeça.

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Na cozinha, estavam Jaqueline Garcia da Silva, 33 anos, grávida de oito meses, e Jonathan Pereira Veloso, 29. No quarto, os adolescentes Kauane Garcia Dias de Farias, 16, Aílton Augusto Garcia Dias de Farias, 14. A suspeita é que os bandidos foram atrás de Jonathan, que já tinha passagem por roubo e estaria envolvido com tráfico de drogas. De acordo com a Polícia Militar, os dois adolescentes e Jaqueline não tinham passagens.

Na manhã de ontem, o clima entre os vizinhos da casa era de medo e ninguém quis se identificar à reportagem. “Não conhecia nenhum deles, nem sei direito como eram”, disse uma moradora. Outro homem, que mora bem próximo de onde a chacina foi cometida, contou que os vizinhos se mudaram há menos de três meses. “Não davam nem bom-dia. Não olhavam para a gente”, disse. A única informação era que viram a movimentação da polícia na madrugada. “Não sabemos de mais nada”.

Alvo

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Aos policiais militares, testemunhas disseram que um Gol branco foi visto parar em frente à residência e, do veículo, desceram três homens. Os bandidos foram vistos cortando o cadeado do portão e, em seguida, foram ouvidos os tiros. Os assassinos teriam fugido no mesmo carro, que ficou em frente à casa o tempo todo. Foram recolhidos oito estojos de calibre 380 dentro da casa.

Para o delegado Cristiano Quintas, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pela investigação, a hipótese que Jonathan seria o alvo dos atiradores é a mais provável. A vítima já esteve presa e tinha vários conhecidos no sistema prisional. “Vamos analisar essa versão, mas sem prejuízo de outras que possam surgir”.

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Por enquanto, a criança, que não sofreu nenhum arranhão, está sob a guarda do Conselho Tutelar. O delegado disse que a menina está sendo preservada. “Ela tem que ser ouvida com os cuidados necessários e determinados pela legislação, para que não aumentar o trauma”, explicou.

Ainda segundo ele, o depoimento da menina deve acrescentar pouco à investigação, uma vez que ela provavelmente estaria dormindo quando os parentes foram executados. O taxista que acudiu a criança também vai ser ouvido pela polícia, mas não teve o nome divulgado.